Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Ibovespa pode subir se fluxo estrangeiro continuar


Além disso, o principal índice da BM&F Bovespa pode ser beneficiado por estar atrasado em relação às demais bolsas mundiais, que tiveram bom desempenho na última semana.

O resultado das vendas do Black Friday nos Estados Unidos pode ser o pontapé inicial para o bom desempenho da Bolsa brasileira na próxima semana. O evento é considerado um termômetro das vendas para o Natal, o que mostrará como está o varejo americano, o maior responsável pelo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

No pregão desta sexta-feira (23/11), o principal índice da Bolsa fechou em alta de 2%, aos 57.574 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 5,58 bilhões.

Além disso, o Ibovespa pode ser beneficiado por estar atrasado em relação às demais bolsas mundiais, que tiveram bom desempenho na última semana. No entanto, Adriano Moreno, economista-chefe da FuturaInvest, alerta para uma questão que ainda pode penalizar o índice.

"O importante nesta próxima semana será observar como vai continuar a percepção do investidor estrangeiro em relação ao intervencionismo do governo nos setores regulados".

Segundo o economista-chefe, está havendo muita saída de capital estrangeiro por causa da percepção "negativista", principalmente em relação às empresas do setor elétrico.

"Teremos que ter uma mudança no humor dos investidores estrangeiros. Se isso acontecer, o Ibovespa pode recuperar as últimas perdas", completa Moreno.

Outro ponto que ele destaca é o desenrolar da crise grega. "Talvez na segunda-feira (26/11) ainda não haja nenhuma novidade, mas temos visto que as coisas estão caminhando para um perdão maior da dívida da Grécia", explica. Diante disso, o otimismo deve voltar à cena na Europa.

Agenda

A próxima semana será de indicadores importantes no Brasil e ao redor do mundo. No entanto, muitos deles já estão incorporados pelos investidores, como a confiança do consumidor na Alemanha e nos Estados Unidos, além do Livro Bege do Federal Reserve, que detalha a atividade econômica nos 12 distritos nos quais o banco está presente, marcado para sair na terça-feira (27/11).

Por outro lado, dados do mercado imobiliário americano, que serão divulgados na terça-feira e quinta-feira (29/11), estarão no foco dos mercados. "O setor está indo muito bem nos Estados Unidos, diante das últimas informações. Esses dois dados serão importantes, pois mostrarão se isso é uma tendência ou não", mostra o economista-chefe.

Ainda na quinta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre dos Estados Unidos também será aguardado. A projeção dos analistas é de alta de 2,8%, contra 2% da última divulgação.

E na sexta-feira, é a vez da China divulgar sua sondagem industrial. "Desde a última semana o país tem mostrados bons resultados, o que tem demonstrado que o pior momento ficou para trás". Se confirmado o bom desempenho, as empresas ligadas à commodities, como a Vale, Gerdau e Usiminas, podem ter fortes ganhos.

Ainda nos Estados Unidos, a equipe do Danske Bank, afirma que, após o feriado de Ação de Graças, as reuniões para decidir os rumos da dívida fiscal do país vão continuar. "No entanto, ainda vemos que o progresso está devagar, mas acreditamos que algo deverá ser feito até o Natal", aponta a equipe, em relatório.

Brasil

A agenda econômica interna também está movimentada. Na terça-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga a sondagem da indústria brasileira.

Na quarta-feira (28/11), o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia, pela última vez no ano, o rumo da taxa básica de juros, a Selic. A estimativa dos analistas é de manutenção em 7,25% ao ano. A próxima reunião acontecerá nos dias 15 e 16 de janeiro.

Na quinta-feira, o Banco Central irá informar a situação do crédito no Brasil e a questão da inadimplência, dois fatores que mostrarão como está o desenvolvimento da economia do país.

E no último dia útil da semana, o mercado aguarda a divulgação do Produto Interno Bruto brasileiro. De acordo com Moreno, a expectativa é que o resultado fique entre 0,8% e 1,2%.

Perspectiva

Para o analista gráfico Fernando Goes, da Clear Corretora, ainda não é possível afirmar se a alta de hoje é uma tendência, ou enfraquecimento da tendência de queda.

"Tanto a Petrobras quanto as elétricas estão colocando o Ibovespa para baixo. Se a petrolífera tivesse menos peso e se houvessem menos empresas ligadas ao setor de energia no índice, o Ibovespa poderia até subir, uma vez que papéis como Bradesco e Itáu estão em tendência de alta", destaca Goes.

Diante disso, ele aponta que a resistência (ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento de alta da ação) está em 57.500 pontos e o suporte (patamar que, se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência) imediato em 56.500 pontos.

O próximo encontra-se em 55.000 pontos, que foi a mínima atingida na semana.

Fonte: Brasil Econômico

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