Para 2013, a retomada de avanço da taxa básica de juros é dada como certa, mas deve começar apenas em agosto do ano que vem, fechando 2013 com aumento de um ponto percentual.
A última reunião deste ano do Comitê de Política Monetária, nesta terça (27/11) e quarta-feira (28/11), não deve trazer novidades, segundo os especialistas entrevistados. Entre os principais motivos está a última ata divulgada pelo Banco Central, dizendo que o ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, está encerrado. Atualmente, o valor encontra-se em 7,25% ao ano.
Para especialistas, o Brasil deve superar questões estruturais, se quiser manter os juros em nível baixo.
Segundo Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, para que uma nova rodada na redução na taxa básica de juros volte, o Brasil precisa, primeiro, alavancar os investimentos.
"É necessário migrar para investimentos produtivos, como no setor imobiliário para o país crescer mais", destaca o professor.
Com a mesma opinião, Samy Balassiano, diretor de investimentos da Lecca, acredita em manutenção da taxa até o segundo semestre de 2013 e destaca os motivos. "O Brasil ainda não possui um desenho para trabalhar com juro real muito baixo porque existem empecilhos travam. O necessário agora, no curto prazo, é atrair capital para os investimentos, principalmente na infraestrutura", pontua o diretor.
Para ele, a retomada de avanço da Selic deve começar apenas em agosto do ano que vem.
"O governo acertou em baixar os juros, pois tinha certeza que a economia mundial não iria melhorar e a demanda continuaria fraca. A partir do segundo semestre de 2013, o mercado externo pode se recuperar um pouco e comprometer a inflação no Brasil", explica Balassiano, apostando em alta de 0,25 ponto percentual nas últimas quatro reuniões do próximo ano.
Neste sentido, o BNP Paribas alerta que o mercado de trabalho aquecido, os preços de alimentos e o "inevitável" reajuste na gasolina farão a inflação rodar em torno de 6,5% no quarto trimestre do ano que vem.
O estrategista da FuturaInvest, Adriano Moreno também acredita na manutenção e ainda prevê estabilidade durante o ano inteiro de 2013.
Alcides Leite lembra ainda que os bancos e o comércio ainda precisam assimilar os efeitos das reduções realizadas neste ano. "É necessário ter um tempo para que as baixas surtam o efeito necessário. A manutenção é certa, pois teremos um período de forte consumo com as compras de Natal e início da cobrança de tributos e mensalidades escolares inflacionadas em 2013."
"Agora é a hora de gerar estímulos nos investimentos, uma vez que investir em títulos públicos está rendendo pouco."
O professor estima ainda que se o governo mantiver a taxa em patamares reduzidos, os resultados em investimentos vão começar a aparecer em 2013 e 2014. Mas ressalta que o governo deve fazer sua parte para criar um cenário sustentável.
"Com certeza o setor privado cumprirá o seu papel, mas o setor público precisa controlar os seus gastos para contribuir também".
Em relação a 2013, em que ocorre a eleição presidencial no Brasil, ambos os especialistas estimam que não haverá pressão por mais reduções, o que poderia comprometer a estabilidade.
"O que determina a corrida presidencial é o emprego e a renda. O desemprego deve seguir caindo, mas a renda continuará mantida nos próximos dois anos, o que levará o consumidor a continuar com seu poder de compra", avulta Alcides Leite.
Samy Balassiano aposta que a melhora efetiva da economia brasileira deve ser sentida já a partir de março, chegando a crescer entre 3% e 3,5% no próximo ano.
Fonte: Brasil Econômico
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