"Acredito que vamos conseguir crescer na contramão da crise internacional", afirmou Mantega.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (23/11) que o governo espera ver um crescimento da economia a taxas de 1,2% no terceiro trimestre deste ano, e de 1,1% no quarto trimestre.
"Assim, esperamos uma expansão de 1% já no primeiro trimestre de 2013", observou. A equipe econômica do governo tem apostado em um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 4% para o ano que vem.
"Isso é o mínimo para manter todos os setores da economia ativos", disse Mantega durante reunião com empresários no 32° Fórum Nacional da Indústria, em São Paulo.
O ministro ressaltou, porém, que a situação da economia internacional não deve melhorar em 2013, visto que a Europa voltou a entrar em recessão nos últimos dois trimestres, e os Estados Unidos enfrentam debates internos sobre o 'abismo fiscal'.
"Acredito que vamos conseguir crescer na contramão da crise internacional", afirmou Mantega. Segundo ele, o governo tem praticado uma "nova matriz macroeconômica", com câmbio em "posição razoável" - pouco acima de R$ 2,00 - e inflação "sob controle".
"Isso abre condições para mantermos uma política monetária expansionista", disse, após mostrar satisfação com a recente recuperação da confiança dos empresários ligados à indústria, em outubro.
De acordo com Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), alguns industriais já defendem um câmbio ao redor de R$ 2,40.
Mantega também avaliou efeitos de medidas de estímulo lançadas pelo governo neste ano, como a desoneração da folha de pagamentos a 40 setores da indústria e a redução dos juros. Ele definiu que a economia brasileira estava "viciada" em altas taxas de juros e que agora passa por uma fase de "desintoxicação".
"Em 2013, veremos o início dos benefícios. Esperamos ganhos produtivos (da economia), além dos financeiros". Mantega ressaltou que o governo está "empenhado" em reduzir tributos, e afirmou que ampliará os setores atendidos pelo regime de desoneração da folha.
Para sustentar os 4% de crescimento do PIB em 2013, Mantega lembrou da capacidade de investimentos da indústria. "O ideal é que as taxas de investimento cresçam o dobro do PIB, em 8%", afirmou.
Segundo ele, os programas anunciados pelo governo para concessão de aeroportos, ferrovias, rodovias e portos - este com lançamento oficial previsto para a próxima semana - além da promessa de redução dos custos de energia em até 20,2%, são incentivos para a retomada dos investimentos.
O ministro pediu a mobilização dos empresários contra a reclamação das companhias elétricas sobre o valor das indenizações recebidas do governo ao rever os contratos de concessão.
"Se as elétricas fizeram cálculos errados, paciência. Não podemos sacrificar o país em favor de meia dúzia que querem manter lucros altos". Segundo Mantega, os contratos entre governo e companhias concessionárias estão sendo cumpridos "rigorosamente".
Fonte: Brasil Econômico
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