Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fundo imobiliário dispara 150% neste ano na Bovespa


Volume negociado nos ativos passou de R$ 912 milhões em 2011 para R$ 2,24 bilhões em 2012, até outubro.

Os fundos imobiliários vêm atraindo cada vez mais a atenção de investidores. Prova disso é que o volume, bem como o número de negócios de fundos listados em bolsa até o final de outubro, cresceu cerca de 150% este ano em relação ao ano passado.

O volume negociado evoluiu de R$ 912 milhões para R$ 2,2 bilhões. Já o número de negócios passou de 77 mil para 212 mil, de acordo com dados da BM&FBovespa. Ou seja, existe hoje maior liquidez para quem quer vender ou comprar posições no mercado secundário.

Em outubro, o volume atingiu o recorde histórico mensal de R$ 351 milhões negociados.

A explicação pode estar na queda da taxa de juros que criou uma maior necessidade de diversificação de investimentos e provocou um aumento de 40% no número de investidores que aplicam em fundos imobiliários listados em bolsa. No final de outubro, eles somavam mais de 58 mil, 99% deles pessoas físicas.

Paulo Cirulli, gerente de produtos da bolsa, diz que o crescimento do mercado imobiliário, bem como a atração histórica do brasileiro por investir no mercado, explicam o aumento da demanda pelo produto.

"Colhemos agora o resultado de aprimoramentos na legislação do mercado. Isso ainda é complementado por um momento econômico propício, que aumenta a atratividade do produto". Ele também cita condições regulatórias favoráveis, como a isenção de Imposto de Renda.

Apenas neste ano, a valorização média das cotas dos 44 fundos listados no Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) da bolsa foi de 26,86% até o pregão de segunda-feira. 
A maior valorização entre os fundos com maior peso no índice, de 42,11%, foi verificada no Brasil Shopping, administrado pela Credit Suisse Hedging-Griffo, que tem como objetivo adquirir participações em diversos shoppings centers.

Em seguida, está o Renda Imobiliária da Kinea, parte do do conglomerado financeiro Itaú e que investe em diversos imóveis comerciais, cujo aumento do valor da cota foi de 39,12%.

Para dar ainda mais impulso ao mercado, existem hoje 13 ofertas primárias de cotas de fundos imobiliários em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Apenas este ano já foram listados mais 20 fundos na bolsa.

O consultor de investimentos Sérgio Belleza estima que haja um volume de R$ 8 bilhões em aprovação. "O foco são fundos que geram renda frequente, cuja rentabilidade média é de 0,70% ao mês, e 8% ao ano".

Rodrigo Machado, vice-presidente do comitê de produtos imobiliários da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), aponta que a tendência será ter fundos maiores com ativos diversificados. "Isso dá ainda mais liquidez ao mercado após a autorização recente do regulador para que fundos contratem formadores de mercado".

Alerta

Para Cirulli, a indústria se aprofunda e desenvolve, mas, por outro lado, exige cautela do investidor. "A diversidade aumenta, assim como a necessidade de diversificar riscos", diz.

Isso porque começam a surgir gestoras sem experiência com este tipo de produto.

João da Rocha Lima Junior, sócio diretor da consultoria Unitas, aponta que é possível que algumas cotas estejam caras, principalmente em fundos criados nos últimos meses, que têm uma política de precificação agressiva e investem em imóveis comerciais.

"No ano que vem haverá maior oferta deste tipo de imóvel, e o preço do aluguel vai se reequilibrar em níveis mais baixos. Isso pode ter impacto sobre a cota, considerando que a taxa de juros não sofra mais alterações", conclui. Ele aponta que, com a Selic no menor patamar, a tendência é que o valor das cotas se estabilize.

Fonte: Brasil Econômico

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