WASHINGTON, 29 Nov (Reuters) - A economia norte-americana cresceu mais rápido do que o inicialmente estimado no terceiro trimestre, mas a dinâmica não deve ser sustentada, uma vez que o país prepara-se para grandes cortes em gastos do governo e aumentos tributários no começo do ano que vem.
O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 2,7 por cento, informou o Departamento do Comércio nesta quinta-feira, à medida que a acumulação mais rápida de estoques e o crescimento das exportações compensaram gastos fracos do consumidor e a primeira queda em investimento empresarial em mais de um ano.
Embora o ritmo de crescimento tenha sido muito mais rápido do que a taxa de 2,0 por cento que o governo estimou no mês passado e o melhor desde o quarto trimestre de 2011, isso dificilmente é um sinal de fortalecimento na economia dado o impulso da formação dos estoques e gastos mais fracos do consumidor.
Isso será provavelmente perdido no quarto trimestre e os estoques podem ser um fator negativo para o crescimento, que já está sendo pressionado por temores de austeridade, conhecido como abismo fiscal.
Legisladores e a administração Obama estão engajados em negociações para evitar o abismo fiscal, que pode sugar 600 bilhões de dólares da economia e levar o país para uma nova recessão.
Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB fosse elevado a 2,8 por cento. Os estoques empresariais somaram 0,77 ponto percentual ao crescimento do PIB do terceiro trimestre. A estimativa preliminar para essa leitura havia sido de uma subtração de 0,12 ponto percentual.
Excluindo estoques, o PIB cresceu a uma taxa revisada de 1,9 por cento, destacando demanda fraca. As vendas finais de bens e serviços produzidos nos Estados Unidos foram previamente estimados em um aumento de 2,1 por cento.
A produção no trimestre entre julho e setembro também foi revisada, para mostrar um déficit comercial menor, ao passo que o crescimento das exportações superou o aumento das importações. Mas a tendência nas exportações não deve ser sustentada dada a desaceleração da demanda global, especialmente na China e na endividada Europa.
O comércio contribuiu com 0,14 ponto percentual ao crescimento do PIB, em vez de subtrair 0,18 ponto percentual como previamente reportado.
Fora as exportações, outros detalhes do relatório foram fracos. Os gastos do consumidor, que são responsáveis por cerca de 70 por cento da atividade econômica norte-americana, foram reduzidos para uma taxa de crescimento de 1,4 por cento --a menor desde o segundo trimestre de 2011, e abaixo do ganho de 2 por cento previamente reportado.
Os gastos do consumidor subiram a uma taxa de 1,5 por cento no segundo trimestre.
Os gastos empresariais foram revisados para mostrar reduções muito mais profundas, derivadas dos temores de aperto da política fiscal no ano que vem. O investimento empresarial caiu para uma taxa revisada de 2,2 por cento, em vez de declínio de 1,3 por cento. Essa foi a primeira queda desde o primeiro trimestre de 2011.
Parte da queda dos investimentos empresariais, que tem sido uma fonte de fortalecimento para a economia, teve origem em equipamentos e software, nos quais os gastos foram os menores desde o segundo trimestre de 2009.
O crescimento do investimento imobiliário teve ligeira redução para 14,2 por cento ante 14,4 por cento. A construção residencial está se beneficiando da política monetária ultra-acomodativa do Federal Reserve, banco central do país, que puxou as taxas hipotecárias para mínimas recordes.
Fonte: Reuters Brasil
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