Curva incorpora pressão inflacionária que pode decorrer do dólar mais apreciado e opera em alta.
O dólar comercial no âmbito doméstico volta a se descolar do mercado internacional, e opera com valorização superior à verificada entre seus pares nesta quarta-feira (21/11), já na casa dos R$ 2,09.
A moeda americana apreciava 0,52% frente a brasileira, negociada a R$ 2,094 na venda, mas a máxima do dia chegou a bater em R$ 2,097, valor muito próximo do limite de R$ 2,10 estabelecido pelo Banco Central (BC).
O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, por sua vez, avançava apenas 0,09%.
A recente trajetória ascendente na cotação da divisa dos Estados Unidos, diz Mauro Araújo, diretor da corretora de câmbio Vision, tem relação com o período de final de ano, quando as empresas estrangeiras tradicionalmente enviavam remessas de lucros ao exterior.
"Essa alta já era esperada, mas acho que estão exagerando um pouco", comenta o especialista.
A tendência mais provável é que a autoridade monetária anuncie uma consulta ao mercado visando a realização de um leilão de venda, que já deve ser suficiente para manter a taxa da divisa abaixo do patamar de R$ 2,10, ao menos nesta quarta, pondera Araújo.
Os dados de fluxo da semana passada, que apontaram uma entrada de US$ 3,5 bilhões em novembro, até o dia 16, nem sempre precisam com exatidão o momento atravessado pelo câmbio brasileiro, nota o diretor da Vision.
Juros
A curva de juros futuros da BM&FBovespa opera em alta, com mais força na ponta longa, em movimento atrelado à apreciação recente do dólar.
Com giro de R$ 5,127 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 subia de 8,74% para 8,80%, enquanto o para janeiro de 2015 avançava de 7,97% para 8,01%, com volume de R$ 4,053 bilhões.
O aumento dos prêmios, segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB, decorre de entrevista da presidente Dilma Rousseff, na qual o mercado leu que o governo não irá promover uma atuação iminente caso a moeda americana ultrapasse a casa dos R$ 2,10.
"O dólar mais valorizado resultaria em pressões inflacionárias, e em um maior desafio para a política monetária no ano que vem", fala o especialista.
Além disso, Rostagno nota ainda que os rumores de que a Petrobras poderá ajustar os preços dos combustíveis em 2013 também favorecem a abertura da curva.
"Esses fatores indicam o tamanho do desafio do BC no próximo ano, e colocam em xeque a política de queda dos juros", diz Rostagno.
Fonte: Brasil Econômico
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