Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Risco de abismo fiscal nos EUA pode travar Ibovespa


De acordo com analista, o impasse deve ser resolvido somente na segunda quinzena de dezembro. No entanto, o anúncio de recompra de parte da dívida grega deve trazer algum alívio aos mercados.

O Ibovespa termina a semana com queda de 0,17% e as expectativas para as próximas sessões não são das mais favoráveis.

Nos Estados Unidos, a falta de um acordo entre o presidente Barack Obama e a parcela republicana do Congresso para evitar o abismo fiscal no país deve espalhar volatilidade pelos mercados mundo afora e limitar os ganhos da bolsa brasileira na próxima semana.

Os republicanos endureceram o discurso quanto a proposta de Obama que visa aumentar os impostos da parcela mais rica da população.

"As conversas voltaram à estaca zero. Acredito que o acordo seja fechado somente na segunda quinzena de dezembro e essa incerteza deve impactar o Ibovespa", avalia Eduardo Velho, economista-chefe da Planner Corretora.

No entanto, Velho aponta que a reunião dos líderes da Zona do Euro, que acontece logo no início da semana, pode dar algum fôlego aos negócios.

"O encontro deve resultar no anúncio de um acordo para a recompra de parte da dívida grega, o que pode suavizar o viés negativo dos mercados", aponta.

A dívida da Grécia deve ser reduzida em € 40 bilhões, para 124% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020.

A análise técnica também não traz muito otimismo para o desempenho do Ibovespa. O índice terminou a sexta-feira (30/11) com recuo de 0,65%, aos 57.474 pontos.

"A partir desse resultado, o gráfico mostra uma formação de queda e o índice deve oscilar entre as mínimas de 55.500 e 56.000 pontos na semana", diz o analista técnico Luiz Rodrigo Correia, da Doji Star.

Essa tendência só será revertida se uma notícia muito positiva espalhar otimismo entre os investidores.

"Caso o cenário mude e o índice quebre a resistência dos 56.000 pontos, a tendência é a busca pelo objetivo dos 58.000 pontos", afirma.

Na agenda doméstica, destaque para a produção industrial referente ao mês de outubro, que será divulgada na terça-feira (4/12).

"Por questões sazonais, esse dado costuma não decepcionar em outubro. A previsão é que haja um aumento de 1,3% em relação a setembro. O indicador só vai impactar de forma positiva se vier muito acima disso", aponta Velho.

Vale lembrar que na terça-feira (4/12) vence o prazo para as elétricas assinarem os contratos de renovação antecipada das concessões.

Mesmo após a revisão das indenizações, que aumenta o valor a ser pago às elétricas em R$ 870 milhões, o economista Celso Grisi é pessimista quanto ao desempenho do setor.

"O destino do setor é uma grande incógnita. Acredito que essa intervenção excessiva do governo abalou a confiança do investidor. Assim, as ações das elétricas devem continuar sendo impactadas no curto e médio prazos", analisa.

No cenário externo, os indicadores mais relevantes estão ligados ao mercado de trabalho americano.

Na quarta-feira (5/12), será divulgado o relatório de emprego do setor privado dos Estados Unidos, que é uma prévia do Payroll (relatório geral de emprego). Este é o indicador mais importante da semana, que será conhecido na sexta-feira (7/12).

Fonte: Brasil Econômico

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