Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Região Norte aumenta participação no PIB nacional


De 2002 a 2010, Centro-Oeste (0,5 p.p.), Nordeste (0,5 p.p.) e Norte (0,6 p.p.) aumentaram suas participações no PIB, enquanto as regiões Sudeste e Sul perderam, respectivamente, 1,3 e 0,4 ponto percentual em participação no período. Apesar dessa redistribuição, oito estados concentravam 77,8% da participação. São Paulo, com 33,1%, apresentou a maior participação, e Roraima, a menor: 0,2%.
O Distrito Federal continuou com o maior PIB per capita em 2010 (R$ 58.489,46). O estado do Maranhão registrou o menor PIB per capita (R$ 6.888,60).
Tanto em comparação com 2009 como no acumulado de 2002-2010, Tocantins foi o estado que apresentou o maior crescimento em volume do PIB: 14,2% e 74,2%, respectivamente. A média nacional de crescimento ficou em 7,5% em relação a 2009 e 37,1% no acumulado. Destaca-se ainda que, no acumulado, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul ocuparam as duas últimas colocações, com 25,6% e 24,3% de crescimento, respectivamente. Já em relação a 2009, os estados do Piauí e Mato Grosso foram os que apresentaram menores crescimentos, de 4,2% e 3,6%, respectivamente.
Esses são alguns destaques da pesquisa Contas Regionais do Brasil 2010. Em relação aos resultados aqui apresentados, cabe ressaltar que essas informações de 2010 serão atualizadas de acordo com a revisão do Sistema de Contas Nacionais. Para os resultados de 2010, o ajuste das contas regionais às contas nacionais se deu no nível de agregação das informações das contas trimestrais brasileiras, que divulgam o PIB trimestral em 12 atividades apenas, contra 56 das contas nacionais definitivas. Ao final de 2014/início de 2015, o IBGE divulgará a série do sistema de contas nacionais do Brasil com referência no ano de 2010 (atualmente, o ano de referência é 2000), com os resultados detalhados para os anos de 2010, 2011 e 2012, além da revisão dos resultados referentes ao período 1995 até 2009.
A publicação completa da pesquisa das Contas Regionais do Brasil 2010 pode ser pode ser acessada na página


Região Norte avança 0,6 p.p. em participação no PIB de 2002 a 2010
De 2002 a 2010, três regiões registraram avanço em participação no PIB: Centro-Oeste (0,5 p.p.), Nordeste (0,5 p.p.) e Norte (0,6 p.p.). Já as regiões Sudeste e Sul perderam, respectivamente, 1,3 p.p. e 0,4 p.p. em participação no período:

A maior contribuição para o avanço da região Norte (5,3%) veio do estado do Pará, principalmente em virtude da recuperação internacional do preço da commodity minério de ferro, que possui grande peso na economia do estado. Destacaram-se, ainda, os estados do Amazonas, em função da recuperação da indústria de transformação, e de Rondônia, que teve o maior ganho de participação na atividade agropecuária dentre todos os estados da região entre 2002 e 2010. Para os outros estados da região, o desempenho depende muito das atividades produzidas pelo setor governo, que, em média, pesam cerca de 33,3% de suas economias.
Nos anos de 2009 e 2010, a região Nordeste atingiu o maior patamar de participação (13,5%) da série 2002-2010, destacando-se os estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco. O Maranhão consolidou-se na agropecuária como grande produtor de soja. No Ceará, o setor de serviços se destacou, principalmente o comércio, que avançou 0,2 p.p. de participação na série 2002-2010. O estado de Pernambuco atingiu em 2010 a maior participação do PIB (2,5%) na série. Na região, as atividades produzidas pelo setor governo contribuem com cerca de 25,0% da economia dos estados.
A região Centro-Oeste ganhou 0,5 p.p. de participação no PIB entre 2002 e 2010, chegando a 9,3% de participação. Todas as unidades da federação contribuíram para esse resultado: Mato Grosso e Distrito Federal, com 0,2 p.p. cada, e Mato Grosso do Sul e Goiás, cada um com 0,1 p.p. Mato Grosso ganhou participação nos três grandes setores econômicos (agropecuária, indústria e serviços), demonstrando um avanço consistente. Já o Mato Grosso do Sul ganhou participação na indústria e serviços, mas perdeu 0,1 p.p. na agropecuária, atividade tradicionalmente importante para o estado. Em Goiás, a economia perdeu participação na atividade agropecuária e ganhou na indústria e nos serviços.
Em sentido oposto, a região Sudeste perdeu 1,3 p.p. de participação na geração do PIB brasileiro entre 2002 e 2010, passando de 56,7% para 55,4%. São Paulo (-1,5 p.p.) e Rio de Janeiro (-0,8 p.p.) foram os estados que mais recuaram. No caso de São Paulo, a participação diminuiu principalmente nas atividades de geração de bens: -2,2 p.p. na agropecuária e -4,4 p.p. na indústria total. O setor industrial perdeu participação nas quatro atividades que o compõem: -0,7 p.p na indústria extrativa, -1,6 p.p. na indústria de transformação, -5,3 p.p. na construção civil e -3,7 p.p. na geração e distribuição de energia elétrica. O Rio de Janeiro perdeu 0,8 p.p. de participação devido às oscilações no preço do petróleo. Já os estados do Espírito Santo e Minas Gerais ganharam participação em função da commodity mineral, e avançaram respectivamente 0,4 p.p. e 0,7 p.p. em relação a 2002, primeiro ano da série.
Na região Sul, Rio Grande do Sul e Paraná perderam, respectivamente, 0,4 p.p. e 0,2 p.p. de participação na série 2002-2010. No Rio grande do Sul, os fatores climáticos foram determinantes. No caso do Paraná, o estado perdeu 0,5 p.p. de participação na agropecuária, cabendo ressaltar também uma perda de participação na geração e distribuição de energia elétrica. Apenas Santa Catarina ganhou participação em relação a 2002, de 0,3 p.p. Contribuíram as atividades industriais, que avançaram 0,2 p.p. em participação.


Oito unidades da federação concentram 77,8% da participação do PIB
Em 2010, apenas oito unidades da federação concentravam 77,8% da geração do PIB brasileiro: São Paulo (33,1%), Rio de Janeiro (10,8%), Minas Gerais (9,3%), Rio Grande do Sul (6,7%), Paraná (5,8%), Bahia (4,1%), Santa Catarina (4,0%) e Distrito Federal (4,0%).
Os dez estados com menores PIB’s somavam 5,3% de participação e eram todos das regiões Norte e Nordeste: Rio Grande do Norte (0,9%), Paraíba (0,8%), Alagoas (0,7%), Sergipe (0,6%), Rondônia (0,6%), Piauí (0,6%), Tocantins (0,5%), Acre (0,2%), Amapá (0,2%) e Roraima (0,2%).
Já o grupo intermediário, formado por nove estados, participava com 16,9% do PIB. Nesse grupo estavam Goiás, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Mato Grosso do Sul, todos com participações entre 2,6% e 1,2%. Pará e Espírito Santo foram os estados que mais avançaram na série 2002-2010, ganhando 0,3 p.p. e 0,4 p.p. de participação, respectivamente. Em seguida, vieram Mato Grosso e Maranhão, com ganho de 0,2 p.p., e, por fim, Goiás, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Mato Grosso do Sul, que avançaram 0,1 p.p. de participação.
O grupo intermediário foi o que mais cresceu em participação, ganhando 1,5 p.p em relação a 2002 (15,4%). O grupo de estados com os dez menores PIB’s ganhou 0,3 p.p. de participação em relação a 2002 (5,0%), enquanto o grupo dos oito maiores PIB’s perdeu em torno de 1,9 p.p. de participação (79,7% em 2002).


Maranhão tem o menor PIB per capita brasileiro em 2010: R$ 6.888,60
Sete unidades da federação tiveram, em 2010, o PIB per capita acima da média brasileira (R$ 19.766,33): Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Paraná. O maior PIB per capita foi o do Distrito Federal, com R$ 58.489,46, representando quase três vezes a média nacional e cerca de duas vezes o de São Paulo (R$ 30.243,17), segundo maior.
Já o Maranhão (R$ 6.888,60) ficou com a última posição atrás do Piauí (R$ 7.072,80) e Alagoas (R$ 7.874,21).


Com 14,2% de crescimento, Tocantins tem o melhor desempenho em 2010
O PIB brasileiro a preços de mercado no ano de 2010 aumentou 7,5% em volume, o mais elevado crescimento desde 1986 (7,5%), em função da baixa base de comparação do ano de 2009. O destaque foi a região Norte, que cresceu em média 9,9%. No Sul e no Sudeste o aumento foi de 7,6%. Já as regiões Centro-Oeste e Nordeste cresceram abaixo da média nacional, com 6,2% e 7,2% de crescimento, respectivamente.
Dentre as unidades da federação, na região Norte, destaca-se o Tocantins, com 14,2%, maior variação dentre as 27 unidades da federação. No Sudeste, destaca-se Espírito Santo (13,8%) e Minas Gerais (8,9%). O estado de São Paulo (7,9%) também cresceu acima da média, capitaneado pela indústria de transformação. O Rio de Janeiro (4,5%), apesar de ter, em 2010, o melhor ano desde 2002, cresceu abaixo da média brasileira.
Na região Sul, ressalta-se o estado do Paraná (10,0%), que obteve seu melhor resultado na série 2002-2010. Já o resultado da região Centro-Oeste foi influenciado basicamente pelos resultados de Mato Grosso (3,6%) e Distrito Federal (4,3%).


Tocantins lidera crescimento acumulado: 74,2% em oito anos
Em oito anos, o Brasil cresceu 37,1% em termos de volume do PIB, uma média anual de 4,0%. Mais uma vez, a região Norte se destacou, com 53,2%. As regiões Nordeste e Centro-Oeste crescem 42,4% e 45,9% respectivamente, acima da média nacional. As regiões Sudeste e Sul ficaram abaixo da média, com 35,6% e 29,5%, respectivamente.
Tocantins foi o estado que mais cresceu no acumulado entre 2002 e 2010, 74,2%. Destaques também para Rondônia e Acre, com 63,9% e 61,6%, respectivamente. Os estados que menos cresceram no acumulado foram Rio Grande Sul (24,3%), Rio de Janeiro (25,6%) e Santa Catarina (30,1%).

Fonte: IBGE






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