Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dólar se consagra como melhor aplicação de novembro


A moeda americana e o ouro foram os dois ativos que tiveram o melhor rendimento no mês que termina nesta sexta-feira - o dólar subiu 4,98%, e o ouro, 3,82%.

Em tempos de crise, onde os maiores blocos econômicos do planeta se encontram em dificuldades, os investidores voltam seus olhares para os ativos mais seguros possíveis.

O dólar, mesmo com os Estados Unidos em uma dura batalha política para que o abismo fiscal seja evitado, ainda é visto pelos investidores como uma mercadoria que traz conforto a seus detentores.

Além da moeda americana, outro ativo que desperta o interesse dos agentes quando o pessimismo prevalece é o ouro.

Em novembro foram esses os dois ativos que tiveram as maiores valorizações no mercado brasileiro.

A divisa dos Estados Unidos teve ganhos de 4,98%, enquanto o ouro registrou um aumento de 3,82%. No ano, a moeda aprecia 14,02%, e o metal, 23,16%.
InvestimentosOutubro
Dólar4,98%
Ouro3,82%
Ações Livre1,07%
Ibovespa0,71%
Renda Fixa0,59%
CDB0,55%
CDI0,54%
Poupança0,50%
Fonte: Brasil Econômico
O fraco PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2102 deve contribuir para que o governo trabalhe com um patamar mais alto do dólar em dezembro
O fraco PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2102 deve contribuir para que o governo trabalhe com um patamar mais alto do dólar em dezembro


Como a questão política americana ainda deve demorar mais algumas semanas para ser equacionada, e com a fragilíssima situação econômica, e social, do bloco europeu, dificilmente veremos os mercados de renda fixa ou de ações com fundamentos suficientemente atraentes para conseguir superar o dólar ou o ouro quando os agentes forem às compras.

Nesse sentido, a tendência de maior probabilidade no momento é que ambos os ativos sigam com uma forte demanda durante o mês de dezembro.

"À medida que o debate sobre o abismo se intensifica, com as propostas dos dois lados não sendo aceitas, a demanda por ouro aumenta", explica Juliano Ferreira, operador de commodities da ICap Brasil.

"Como o debate continua, os fundos vão continuar olhando um pouco mais para o ouro", complementa o especialista.

Mesmo durante o ano que vem, quando se espera uma retomada no nível de atividade do gigante chinês, o operador da ICap acredita que o metal precioso irá continuar entre as principais compras dos investidores.

Isso porque, explica Ferreira, o ouro é um ativo mais defensivo que o dólar quando a inflação mundial está em ritmo de aceleração, cenário factível para 2013 com a retomada esperada para o crescimento da China.

"O ouro é um ‘hedge' para a inflação. Sei que ele não vai perder seu poder de compra frente às outras moedas", pondera o especialista.

Em relação ao dólar, o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi, Maurício Nakahodo, acredita que a moeda pode voltar a ganhar valor frente ao real no último mês de 2012, ainda que não na mesma intensidade verificada em novembro.

A valorização da moeda deve seguir por conta da postura do governo, que, na avaliação de Nakahodo, sinaliza para uma preocupação maior com o nível da atividade do que com a pressão que o movimento cambial gera na inflação, principalmente depois do decepcionante PIB do terceiro trimestre.

"O mercado esperava que o BC poderia fazer um novo leilão de swap, para liquidar sua posição comprada, mas não foi o que aconteceu, o que sinaliza que ele pode deixar o dólar subir um pouco mais", diz o consultor.

A alta da moeda em dezembro não deve ser na mesma magnitude ocorrida neste mês devido ao acordo que todos torcem para que seja alcançado entre os congressistas americanos, e que tende a diminuir o sentimento de aversão.

"O governo tem interesse que a banda suba gradativamente. Antes era de R$ 2,00 a R$ 2,10, e agora talvez esteja indo para algo entre R$ 2,05 e R$ 2,15", palpita o especialista.

Fonte: Brasil Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário