Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Veja avaliações de economistas sobre o crescimento da economia brasileira em 2012


SÃO PAULO, 1 Mar (Reuters) - A economia brasileira cresceu 0,6 por cento no quarto trimestre do ano passado na comparação com o terceiro trimestre, acumulando em 2012 expansão de 0,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Veja abaixo comentários de especialistas sobre o resultado:

ANDRÉ PERFEITO, ECONOMISTA-CHEFE, GRADUAL INVESTIMENTOS:

"No ano passado passamos por uma revolução monetária, que jogou a Selic para um patamar nunca antes imaginado. Isso forçou um novo equilíbrio macroeconômico na economia brasileira, que gerou muito receio nos empresários.

O que aconteceu em 2012 foi o preço que se pagou por levar a taxa de juros para um patamar historicamente tão baixo, foi quase um choque para encaixar a máquina e ir para a frente.

Estimo uma variação média trimestral de 0,55 por cento ao longo de 2013, crescendo 2 por cento no ano."

JUAN JENSEN, ECONOMISTA E SÓCIO, TENDÊNCIAS:

"A agropecuária caiu mais do que o esperado, mas a notícia positiva é que os investimentos pararam de cair...

Não vemos no cenário deste ano qualquer alteração em relação ao nível de juros, porque o Banco Central não está preocupado em trazer a inflação para o centro da meta, e a atividade econômica tem peso relevante na condução da política monetária hoje.

E o gosto para o início do ano está meio amargo. Para chegar num PIB de 4 por cento que o governo quer, o investimento tem que ser retomado com força e o consumo tem que crescer ainda mais. Estamos com projeção de 3,2 por cento para este ano, mas esse número deve ser revisado para baixo."

ROBERTO PADOVANI, ECONOMISTA-CHEFE, VOTORANTIM CORRETORA:

"Há duas leituras: a primeira é que a recuperação se sustenta, porém num ritmo mais lento do que todos imaginavam. A segunda é que a gente nota que a recuperação vem sendo puxada pela volta do consumo e uma volta do investimento fraca. Mas o importante é a tendência, pois foi o primeiro sinal de melhora dos investimentos.

A boa notícia é que a retomada está em curso, e a notícia ruim é o ritmo mais fraco do que se imaginava. E isso deve ter uma implicação importante para o que o mercado acha que o BC pode fazer. Os números de hoje mostram que o BC não vai agir tão cedo em relação à política monetária, ficando mais claro que isso poderia acontecer no final do segundo trimestre ou no terceiro. Estimo crescimento de 3,5 por cento este ano, mas estou revisando para baixo."

LUCIANO ROSTAGNO, ESTRATEGISTA-CHEFE, BANCO WESTLB:

"A indústria voltou a perder força, e o investimento teve uma alta bastante moderada. Em linhas gerais, o consumo das famílias continua dando suporte, e setor de serviços tem se beneficiado desse ambiente de crescimento da renda. A economia está de fato se recuperando, mas num ritmo muito lento. Então não traz boas perspectivas para este ano. Eu tenho projeção de expansão de 3 por cento este ano, mas o viés é de baixa. Os dados não são animadores, e é preciso ser otimista de forma cautelosa."

JANKIEL SANTOS, ECONOMISTA-CHEFE, ESPÍRITO SANTO INVESTMENT BANK:

"A necessidade de estímulo para a demanda parece ter se esgotado, o que falta de fato é a oferta acompanhar. E isso só reforça a característica de ter uma alteração na estratégia governamental com relação às medidas mais recentes, para facilitar o ambiente para o investidor internacional.

O investimento ainda é frustrante. A reversão foi tímida após toda a sorte de estímulos dada recentemente, mas de certa forma é uma informação positiva. Preciso ver agora se essa questão vai acelerar, porque é determinante para o crescimento neste ano. Portanto iniciamos o ano com muita cautela."

LCA CONSULTORES:

"A abertura do PIB pelo lado da oferta aponta que o principal responsável por esse resultado mais fraco do que o esperado no último trimestre do ano passado foi o PIB Agropecuário. Excluindo esse componente --que tem peso de cerca de 5 por cento no PIB brasileiro, mas apresenta elevada volatilidade nas taxas trimestrais-- verifica-se que houve avanço dessazonalizado de 0,9 por cento no quarto trimestre de 2012, a taxa mais elevada desde o segundo trimestre de 2011."

Fonte: Reuters Brasil

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