Caso o IPCA supere a casa dos 0,39% na próxima aferição, já será o suficiente para que, em 12 meses, a inflação rode acima dos 6,50%, limite do regime de metas do governo.
Embora a esperada desaceleração dos preços, principalmente alimentícios, tenha se confirmada nos primeiros meses de 2013, a intensidade do movimento tem deixado a desejar.
A alta do grupo alimentos passou de 1,99% em janeiro para 1,45% em fevereiro, e as casas avaliam que a trajetória cadente prossegue nas medições posteriores, o que deve trazer o IPCA dos 0,60% em fevereiro para 0,50% em março.
No entanto, pelos cálculos do Espírito Santo Investment Bank, caso o índice supere a casa dos 0,39% neste mês, já será o suficiente para que, em 12 meses, a inflação rode acima dos 6,50%, limite do regime de metas do governo.
"Acreditamos ser bem provável que o governo resuma o problema a uma 'simples questão alimentícia', e adote novas isenções fiscais (desta vez, em produtos alimentícios) para reduzir a pressão de curto prazo, e evitar o rompimento da tolerância do IPCA no primeiro semestre", afirmam Jankiel Santos e Flávio Serrano, do banco de investimento português, em relatório.
Ainda assim, caso essa hipótese se confirme, será apenas mais uma medida paliativa, já que a taxa de dispersão, por mais que tenha caído de 75,07% em janeiro para 72,33% em fevereiro, segue significativamente acima dos 59,18% em igual período de 2012.
Além disso, o grupo transportes, que foi de 0,75% para 0,81%, deve apresentar nova aceleração em março, diante do novo reajuste no preço do diesel, que não era esperado pela maioria dos analistas, diz Flavio Combat, da Concórdia.
A LCA, por sua vez, lembra da elevação gradual da alíquota de IPI para veículos de até mil cilindradas, de 2% em março para 3,5% a partir de abril, que tende a provocar uma corrida às concessionárias.
"Felizmente, parece que o Banco Central (BC) vai ajustar sua política monetária em breve", atestam os economistas do Espírito Santo.
No "statement" divulgado pelo Copom nesta quarta (6/3), o colegiado retirou o termo "suficientemente prolongado" que vinha sendo utilizado em seus últimos comunicados, para sinalizar o rumo da política monetária.
No lugar, foi colocado "o Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia".
Fonte: Brasil Econômico
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