O ministro citou que, embora o resultado tenha ficado abaixo das expectativas, o que o governo constatou é que houve uma aceleração ao longo do ano.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não escondeu a frustração com o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que, em 2012, cresceu apenas 0,9%. Mantega começou apostando em uma expansão de 5%, reduzindo logo em seguida para 4,5%, e afirmou que projeções de 1,5% eram “uma piada”. “Embora esse resultado tenha ficado abaixo das expectativas, 2012 foi um ano de crise, parecido com 2009, mas observamos uma aceleração na atividade econômica ao longo do ano passado, de forma gradual, e ela está continuando em 2013”, afirmou ele, citando que os dados de janeiro mostram essa direção.
Para 2013, o governo conta com uma aceleração da economia de forma gradual. “Essa trajetória de aceleração está se mantendo”. Para justificar esse raciocínio, o ministro citou a expansão da taxa de investimento, que, no último trimestre de 2012, ficou positiva em 0,5%, o primeiro resultado bom em 2012. “Isso mostra que o investimento começou a se recuperar no final do ano. Aliás, do ponto de vista do investimento, é o mesmo comportamento que tivemos em 2009. Tivemos negativo nos três primeiros trimestres. Deve se acelerar ao longo de 2013”, disse.
De acordo com o ministro, a seca foi um dos principais fatores que prejudicou o PIB no ano passado, assim como a crise financeira internacional. “A produção agrícola caiu 2,3% no ano e a nossa indústria cresceu pouco porque não tinha para quem exportar para fora”, comentou. Para este ano, Mantega mantém o otimismo e prevê um aumento de 3% a 4% no PIB.
Sem comparações
O chefe da Fazenda evitou fazer comparações de que a expansão dos dois anos do governo da presidente Dilma Rousseff foram os piores desde o governo de Fernando Collor. “Não faria comparações com o passado e vamos ver que elevamos o patamar de crescimento da economia brasileira desde 2003”, afirmou. Ele lembrou que o leve aumento nos investimentos no último trimestre de 2012, de 0,5%, e, mas que não foi possível para reverter a queda de 4% na taxa anual em relação ao PIB, e, assim como o mercado, ele espera um aumento dos investimentos este ano de 6% a 8%.
Nesse sentido, o ministro destacou que o governo tomou “muitas medidas no ano passado e retrasado que ainda vão surtir efeito”, como desoneração da folha de pagamento que entrou em vigor janeiro deste ano, e as taxas de juros menores para baratear os financiamentos, que começaram a vigorar no ano passado. “A redução dos tributos começa a estimular novos investimentos. Lançamos um grande programa de investimentos e estamos aumentando os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Alguns dos investimentos, como nos aeroportos, estão começando. Outros serão iniciados apenas ao longo de 2013 e, em 2014, todos estarão em plena atividade dinamizando a economia brasileira”, disse.
Retomada de investimentos
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que os dados divulgados pelo IBGE, “confirmaram a gradual recuperação da atividade econômica no segundo semestre do ano passado, quando a economia cresceu 2,0%, em termos anualizados, ante 0,8% no primeiro semestre”.
“A demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, como sugerem, pelo lado da oferta, o desempenho do setor de serviços; e, pelo da demanda, o do consumo das famílias, que têm sido estimulados pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda”, disse Tombini, em nota.
Ele destacou a retomada dos investimentos no quarto trimestre, bem como a tendência de que sejam impulsionados pelos estímulos introduzidos na economia e pelas perspectivas de que o ritmo de crescimento em 2013 será bem superior ao observado em 2012.
Fonte: Correio Braziliense
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