Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

domingo, 4 de novembro de 2012

Importação de gasolina pode chegar a 20%


O Brasil terá de importar quase 20% da gasolina que consome em cinco anos, caso a produção nacional não se amplie e a oferta de etanol continue restrita. É o que mostra estudo feito a pedido da Folha pelo Grupo de Economia de Energia da UFRJ.

Isso significa que, em 2017, o volume de gasolina trazido do exterior praticamente dobrará em relação a 2012, chegando a 7 bilhões de litros.

A estimativa é que 12% da gasolina consumida no país venha do exterior neste ano.

Os pesquisadores consideraram um crescimento do PIB de 4,5% a partir de 2013.

"Além de prejuízo para a Petrobras, que terá de arcar com a importação, pode haver impacto na balança comercial", diz o pesquisador Luciano Losekann, que conduziu o estudo.

Até 2009, o país era praticamente autossuficiente em gasolina. O aumento da frota de veículos, que cresceu 25% desde então, e a crise do setor de etanol fizeram a situação de conforto mudar.

A capacidade nacional de produção do combustível, no entanto, deve permanecer estagnada nos próximos anos. Segundo a Petrobras, há apenas reformas previstas nas refinarias. Os novos projetos são para produzir diesel.

A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) diz que, apesar da retomada da produção de etanol prevista para o ano que vem, não deve haver mudança significativa no cenário antes de 2017.

"Uma nova usina leva quatro anos para ficar pronta", afirma Antônio Rodrigues, presidente da entidade.

O aumento da importação de gasolina traz à tona as limitações de infraestrutura.

A capacidade dos tanques para armazenar os derivados de petróleo fora das refinarias, por exemplo, cresceu só 11% desde 2007, ante 89% de aumento nas importações de combustíveis no período.

Para evitar um apagão no abastecimento, serão necessários ao menos R$ 130 bilhões em investimentos em infraestrutura de transportes, portos e tanques até o fim da década, de acordo com pesquisa do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo) e do Instituto Ilos, que estuda cadeias logísticas.

Fonte: Folha de São Paulo

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