Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Ibovespa rompe resistência e busca novos patamares


Dados da China, eleições nos Estados Unidos e balanços corporativos balizarão os principais índices acionários na próxima semana.

O Ibovespa encerra a semana com valorização de quase 2% (1,93%), com a perspectiva de que a trajetória ascendente pode prosseguir nos pregões seguintes, após o índice romper um ponto de resistência importante no nível dos 58.100 pontos nesta quinta-feira (1/11).

A semana só não foi ainda mais positiva para o principal índice da BM&FBovespa por conta do desempenho dos papéis da Petrobras, com uma queda de 6% acumulada pelos preferenciais (PETR4), após a divulgação do balanço aquém das expectativas.

Por outro lado, para contrabalançar essa performance negativa, as ações da mineradora Vale (VALE5), que também divulgou seu balanço de julho a setembro na semana passada, reportaram ganhos de 3,39%, e contribuíram para a valorização do Ibovespa.

Os indicadores de destaque da semana que vem, na avaliação do economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, ficam com a China, que divulgará números de produção industrial, vendas no varejo e inflação, que serão conhecidos no Brasil na madrugada de quinta para sexta-feira.

"Dados mais positivos, que confirmem que o terceiro trimestre foi o fundo do poço, podem ajudar as commodities, e também o Ibovespa, já que nosso mercado é bastante centrado nas matérias-primas", pondera o especialista.

Os balanços do terceiro trimestre que serão divulgados nos próximos dias também podem contribuir para balizar o direcionamento da Bolsa paulista.

No âmbito doméstico, os destaques são o desempenho financeiro das empresas do grupo EBX - MMX, LLX e OGX - que viram suas ações responderem pelas três maiores quedas do Ibovespa em outubro.

Entre os indicadores, o IPCA de outubro deve ser um dos dados mais relevantes da agenda interna, junto com os números da Anfavea de produção de veículos.

No cenário internacional, empresas do varejo, como J.C.Penney e Macy's reportam seus resultados do terceiro trimestre.

Ainda no ambiente externo, os investidores também devem ficar atentos as eleições presidenciais dos Estados Unidos, e as decisões do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) a respeito da taxa básica de juros das respectivas regiões.

De volta ao nosso mercado doméstico, Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW, destaca que, com o fim do horário de verão nos Estados Unidos neste final de semana, os negócios no maior mercado financeiro global terão início somente às 12h30 no horário de Brasília.

"A defasagem vai ser maior ainda. Em outras ocasiões, quando ocorreu essa mudança, a gente perdeu liquidez", nota o especialista.

Com as sinalizações de que o governo espanhol só deve pedir socorro financeiro às autoridades europeias em 2013, na próxima semana os agentes devem ficar de olho no desenrolar do acordo entre credores e Grécia, diz Galdi.

Chegando à análise gráfica, o especialista Raphael Figueredo, da ICap, fala que, após romper a resistência dos 58.100 pontos, a próxima semana será decisiva para o Ibovespa definir se reverte sua atual tendência de baixa e passa para uma trajetória de ganhos.

"Esse nível dos 58.100 pontos é um divisor de águas muito importante. Se o índice voltar a trabalhar acima desse ponto, significa que ele tem condições de armar um quadro de reversão de tendência mais adiante", diz Figueredo.

Já em um cenário onde o Ibovespa volte a trabalhar abaixo dessa linha, a tendência de queda deve prosseguir. No momento, a banda de bollinger está se estreitando, o que significa que a volatilidade tende a diminuir.

"O mercado deve seguir um pouco mais de lado, tentando trabalhar acima dos 58.100 pontos para ganhar força", afirma Figueredo.

Entretanto, o analista da ICap ressalta que o intervalo dos 58.100 aos 58.340 pontos representa uma forte área de resistência, que o mercado pode não ter força para ultrapassar. "Vejo um cenário de possíveis repiques, mas sem nenhuma consistência".

Caso o cenário mais negativo se confirme e o Ibovespa reabra em queda, os primeiros suportes relevantes para o índice estão nos 57.000 e nos 56.200 pontos, de acordo com os cálculos de Figueredo.

Fonte: Brasil Econômico

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