Os ministros da Fazenda da zona do euro vão se reunir hoje para fazer uma nova tentativa de resolver os problemas da dívida da Grécia, mas a decisão de liberar mais linhas de socorro para o país pode demorar semanas.
Na sexta-feira, autoridades da zona do euro não quiseram se comprometer com um cronograma para a Grécia receber os fundos de 31,5 bilhões de euros (US$ 40,4 bilhões) retidos desde junho enquanto os credores internacionais, que incluem o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, discutem como reduzir a dívida do país. Uma autoridade disse que eles têm prazo até o fim do ano para decidir o destino da Grécia.
Tendo débitos vencendo em 16 de novembro, a Grécia esperava receber os fundos este mês. O país anunciou na sexta-feira planos de emitir 3,1 bilhões de euros em dívida de curto prazo na semana que vem, o que ajudará a refinanciar 5 bilhões de euros em dívidas a vencer e evitar uma possível moratória. Mas as novas notas do Tesouro grego terão vencimento em meados de dezembro, o que significa uma tábua de salvação de apenas mais um mês.
Em uma iniciativa incomum, a Grécia reduziu o vencimento das suas notas do Tesouro para 4 semanas em vez das suas costumeiras 13, possivelmente para pressionar seus credores a chegarem a uma solução.
Esse mais recente adiamento do socorro ocorre depois que o Parlamento grego aprovou, esta semana, um pacote de 13,5 bilhões de euros em cortes no orçamento e reformas que os credores exigiram como pré-requisito para o país receber ajuda. Espera-se também que o Parlamento aprove o orçamento do ano que vem, em votação no domingo. Mas superar esses obstáculos não bastará para o país receber os fundos de que necessita para recapitalizar seus bancos e ressuscitar sua economia em queda.
Em uma nota na sexta-feira, a firma de classificação de crédito Fitch Ratings afirmou que a responsabilidade agora recai sobre os credores do setor público do país. A questão é como conseguir mais uns 30 bilhões de euros para um pacote de ajuda se a Grécia receber os dois anos de prazo que está pedindo para cumprir suas metas orçamentárias, e como reduzir a dívida crescente do país para um nível em que possa ser paga. Há diversas opções sendo negociadas, mas os países da zona do euro, o BCE e o FMI ainda não chegaram a uma solução que seja aceitável para todas as partes.
O FMI insiste que só pode continuar a financiar Atenas se houver uma chance realista de que o empréstimo seja pago, e se recusa a assinar a parcela seguinte do pacote de auxílio sem um plano viável para reduzir a dívida do país, que deve chegar a 190% do produto interno bruto no ano que vem.
Antes, o FMI tinha proposto que os governos da zona do euro perdoassem parte dos empréstimos que já deram à Grécia. Cerca de 70% da dívida do país vem do setor público, depois de uma reestruturação da dívida do setor privado feita no início do ano. Mas os governos da zona do euro já disseram que essa opção é politicamente indigesta e "está fora de cogitação".
"O FMI quer uma solução agora, mas a Alemanha e outros países preferem que ela venha mais tarde", disse uma autoridade da União Europeia na sexta-feira.
Fonte: The Wall Street Journal
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