Em 2010, havia 33.320 empresas de alto crescimento, que são aquelas que aumentaram em 20% ao ano o número de empregados, por um período de três anos. Elas ocuparam 5 milhões de pessoas e pagaram R$ 88 bilhões em salários e outras remunerações. Destas, 32.863 eram classificadas como empresas de alto crescimento orgânico, ou seja, o aumento de pessoal ocupado foi feito através de contratações, e não por fusões ou incorporações.
As empresas de alto crescimento orgânico representavam 1,5% do total de empresas com pelo menos uma pessoa assalariada e foram responsáveis por gerar mais da metade (50,3%) dos novos postos de trabalho assalariados do Brasil entre 2007 e 2010. Do total de 5,4 milhões de novos empregos criados na economia no período, 2,7 milhões estavam nas empresas de alto crescimento.
As empresas de alto crescimento orgânico, em 2010, ocuparam 4,3 milhões de assalariados e pagaram R$ 67 bilhões em salários e outras remunerações. No entanto, os salários médios pagos foram menores (2,4 salários mínimos) que as empresas ativas com funcionários assalariados (2,9 salários mínimos) e o quadro de empregados teve 8,8% a menos de mulheres e 28,0% a menos de pessoas com ensino superior completo. Apesar do seu valor adicionado médio (R$6,5 milhões) ter sido 115,2% maior que as empresas ativas com dez ou mais empregados (R$3,1 milhões), sua produtividade do trabalho média foi 25,5% menor. (R$ 46,0 milhões contra R$ 61,8 milhões por pessoal ocupado).
Estes dados são revelados pelo estudo Estatísticas de Empreendedorismo 2010, resultado de uma pareceria entre o IBGE e o Instituto Empreender Endeavor Brasil. A publicação analisa o desempenho das empresas, o emprego gerado por elas e indicadores como valor adicionado e produtividade. Em 2010, o foco foram as empresas de alto crescimento (EAC) orgânico.
As cinco atividades econômicas responsáveis pelas maiores criações de ocupações nas EAC orgânico foram: indústrias de transformação (568,8 mil); atividades administrativas e serviços complementares (553,7 mil); construção (551,0 mil); comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (420,6 mil); e transporte, armazenagem e correio (204,1 mil). A idade média das EAC orgânico, em 2010, foi de 13,6 anos.
Além disso, cerca de 70% das EAC orgânico concentravam-se nas regiões Sudeste e Sul em 2010. O Sudeste também detinha o maior percentual de empregados (52,9%), mas o Nordeste apareceu em segundo lugar, ocupando 19,7% do pessoal, seguido pelo Sul, com 14,9%. O Nordeste também apresentava a maior média de pessoas ocupadas por unidade local (77), seguido por Sudeste (69), Norte (64), Centro-Oeste (58) e Sul (48).
A pesquisa também traz informações sobre as chamadas empresas gazelas, empresas de alto crescimento mais novas. Entre elas, 3.722 empresas tinham até cinco anos (G5) e 12.328, entre cinco e oito anos (G8).
A publicação completa pode ser acessada no link http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/empreendedorismo/default.shtm.
EAC orgânico empregam menos mulheres
As empresas de alto crescimento (EAC) orgânico empregaram, em 2010, 31,5% de mulheres, enquanto nas empresas com pelo menos dez assalariados elas eram 34,3%, uma diferença de 8,8%. Com relação ao nível de escolaridade, as EAC orgânico possuíam 28,0% menos pessoas com nível superior (8,3%) na comparação com aquelas com pelo menos dez assalariados (10,7%).
Empresas de grande porte perdem participação entre as EAC orgânico
Mais da metade das EAC orgânico eram de pequeno porte (51,5%), com até 49 empregados, e 9,2% eram de grande porte, com mais de 250 funcionários. Com relação à idade das empresas, as de pequeno porte apresentavam 5% do seu conjunto concentrado em empresas com mais de 30 anos, enquanto esta porcentagem nas de grande porte era de 14,7%.
As EAC orgânico de grande porte diminuíram sua participação de 2009 para 2010, passando de 9,4% do total das EAC orgânico para 9,2% (-0,2 ponto percentual). Em termos de pessoal ocupado assalariado, esta retração foi maior, caindo de 60,9% para 57,3% (-3,6 pontos percentuais). Com relação aos salários e outras remunerações, a queda foi mais intensa, de 5,4 pontos percentuais, passando de uma média de 2,8 salários mínimos em 2009 para 2,5 em 2010. As pequenas e médias mantiveram os salários médios no mesmo patamar, 1,9 salário mínimo e 2,2, respectivamente.
Indústria de transformação foi o setor que gerou mais empregos em três anos
As EAC orgânico representaram, em 2010, 7,8% das empresas com pelo menos dez assalariados, percentual ligeiramente inferior a 2009 (7,9%). Aquelas ligadas à atividade de construção representaram 13,9% das EAC orgânico, o setor mais representativo. O comércio mostrou a menor representatividade, 6,1%. Também se destacaram as atividades administrativas e serviços complementares (11,7%); atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (10,1%); transporte, armazenagem e correio (10,0%); e informação e comunicação (9,6%).
As seções que mais criaram ocupações em EAC orgânico de 2007 para 2010 foram indústrias de transformação (568,8 mil ou 21,7% do total de ocupações nesse tipo de empresa); atividades administrativas e serviços complementares (553,8 mil ou 19,3%); construção (551,0 mil ou 18,8%); comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (420,6 mil ou 16,5%); e transporte, armazenagem e correio (204,1 mil ou 7,3%).
Em relação ao valor de salários e outras remunerações distribuídas entre os setores de atividade econômica, em 2010, as indústrias de transformação foram responsáveis por absorver 24,2% dos valores pagos pelas EAC orgânico, participação que teve uma redução 4,2 pontos percentuais quando comparada à taxa de 2009 (28,4%).
EAC orgânico geram R$ 200 bilhões em 2010
Em 2010, as empresas ativas com pelo menos dez empregados geraram R$ 1,3 trilhão em valor adicionado bruto (renda gerada pelos bens e serviços, excluídos os custos de produção e os impostos). As EAC orgânico foram responsáveis pela geração de 15,1% deste valor, R$ 200 bilhões, com destaque para o setor de construção, com a geração de 32,3% do valor adicionado bruto. Cada EAC orgânico gerou, em média, R$ 6,5 milhões, valor 115,2% maior que a média das empresas com pelo menos dez empregados (R$ 3,1 milhões).
Já a produtividade do trabalho média das EAC orgânico foi, em 2010, 25,5% menor do que uma empresa ativa com pelo menos dez pessoas ocupadas (R$ 46,0 milhões versus R$ 61,8 milhões por pessoal ocupado. No setor de extração de petróleo e gás natural a produtividade média de uma EAC orgânica foi 74,4% maior do que a de uma empresa ativa com pelo menos dez pessoas ocupadas assalariadas. Já no setor de fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis, a produtividade das EAC orgânico foi inferior em 83,5%.
70% das EAC orgânico estão nas regiões Sudeste e Sul
Quase metade (49,6%) das unidades locais das EAC orgânico concentrava-se na região Sudeste e 20,3% no Sul em 2010. A primeira também concentrava o maior percentual de empregados (52,9%), seguida do Nordeste, com 19,7% do pessoal ocupado e com a maior média de pessoas ocupadas por unidade local (77), seguido por Sudeste (69), Norte (64), Centro-Oeste (58) e Sul (48).
As EAC orgânico possuíam, em 2010, 66.512 unidades locais. Considerando as cinco primeiras posições em termos de participação das unidades locais, São Paulo ocupava a primeira posição (30,5%), seguido por Minas Gerais (9,4%), Rio de Janeiro (7,8%), Rio Grande do Sul (7,4%) e Paraná (7,1%). O mesmo se deu com relação à variável pessoal ocupado assalariado, à exceção da quarta colocação, ocupada pela Bahia, com 6,1% de participação no total de empregados das unidades locais.
Gazelas têm maior participação de mulheres, mas escolaridade é menor
As Estatísticas do Empreendedorismo 2010 também pesquisaram as chamadas empresas gazelas, empresas de alto crescimento mais novas. Entre aquelas que tiveram crescimento orgânico, ou seja, que aumentaram as vagas sem mudanças estruturais, como fusões ou incorporações, 3.722 empresas tinham até cinco anos (G5) e 12.328, tinham até oito anos (G8).
Entre as G5 com crescimento orgânico houve aumento de 6,9% no número de empresas (3.481 em 2009 para 3.722 em 2010) e acréscimo de 10,8% no total de pessoal ocupado assalariado (317 mil em 2009 para 351 mil em 2010). Em 2010, as G5 com crescimento orgânico pagaram, em média, 2,2 salários mínimos, o que está abaixo do valor médio pago pelas EAC orgânico no mesmo ano (2,4).
Em relação às EAC orgânico, as G5 apresentavam maior participação relativa de mulheres (33,0%) no pessoal ocupado em 2010. No entanto, esta participação apresentou queda (em 2009 era 35,5%), enquanto que nas EAC orgânico o movimento foi inverso (de 30,5% para 31,5%).
As gazelas apresentaram uma taxa de pessoas ocupadas assalariadas com nível superior abaixo da apresentada pelas empresas de alto crescimento orgânico. Nas G5 com crescimento orgânico, esta taxa alcançou 6,3%, enquanto no universo de EAC orgânico a taxa foi de 8,3%, em 2010.
Fonte: IBGE
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