Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Desaceleração continua na China, mostra pesquisa

O crescimento econômico da China provavelmente desacelerou pelo segundo trimestre consecutivo, de acordo com as previsões de economistas, em meio ao fraco desempenho das exportações e sinais de que o crescimento impulsionado pelo crédito está chegando ao fim.

Este seria o segundo trimestre consecutivo de desaceleração da economia do país.

O crescimento do produto interno bruto da China provavelmente caiu de uma taxa anualizada de 7,7% no primeiro trimestre para 7,5% no segundo trimestre, segundo a mediana das previsões de 18 economistas consultados. Esse seria o ritmo mais lento desde o terceiro trimestre do ano passado.

"Se observamos qualquer índice, fica claro que a economia desacelerou depois do primeiro trimestre", diz Ken Peng, um economista do BNP Paribas BNP.FR -0.51% . "E há o risco de uma queda ainda mais significativa no terceiro."

Essa desaceleração tem implicações para as perspectivas de crescimento global, à medida que os Estados Unidos continuam tendo uma lenta recuperação e a zona do euro permanece em recessão.

A produção industrial, que ajuda a dar impulso ao PIB, provavelmente cresceu a um ritmo anualizado de 9,1% em junho de acordo com a pesquisa, uma pequena queda ante os 9,2% de maio.

Mas o sentimento parece estar se deteriorando no setor manufatureiro, com o índice oficial de gerentes de compras caindo de 50,8 pontos em maio para 50,1 pontos em junho, o que demonstra uma expansão mínima. O índice independente de gerentes de compras do HSBC HSBA.LN +1.12% caiu de 49,2 pontos em maio 48,2 em junho. Qualquer leitura abaixo de 50 pontos indica contração econômica.

O ambiente de fraqueza na economia mundial tem dificultado a vida dos exportadores da China. As exportações provavelmente cresceram apenas 3,3% em de junho em comparação com um ano antes, segundo os 20 economistas que participaram da pesquisa. Em maio, o volume de exportações cresceu só 1%. O crescimento caiu abaixo dos dois dígitos desde que as autoridades começaram a punir empresas que estavam deliberadamente inflando seus números de exportações para poder obter descontos fiscais e evitar controles de capital.

Mas as importações da China provavelmente aumentaram 5,5% em junho em comparação com um ano antes, depois de uma queda de 0,3% em maio. A mediana das previsões é de um superávit comercial de US$ 27,8 bilhões.

Nesse cenário de exportações fracas, os fabricantes não têm nenhum incentivo para investir em novas instalações. Os investimentos em ativos fixos têm diminuído desde o inicio do ano. Embora na comparação ano a ano eles tenham crescido 20,2% no primeiro semestre, de acordo com uma pesquisa do The Wall Street Journal, isso seria um declínio em relação ao crescimento de 20,4% no primeiro semestre de 2012.

"Os investimentos no setor manufatureiro provavelmente desaceleraram ainda mais devido ao encolhimento das margens de lucro e do excesso de capacidade" escreveu Wang Tao, economista do UBS, UBSN.VX +0.79% em uma nota de pesquisa. Investimentos em infraestrutura e imóveis talvez tenham um melhor desempenho, disse ela.

O fim de junho foi marcado por um tumulto no mercado de empréstimos interbancários. A demanda sazonal por dinheiro à medida que se aproximava o período de balanços do primeiro semestre se tornou motivo de estresse quando o banco central inesperadamente recusou a dar mais liquidez ao mercado.

As instituições financeiras provavelmente liberaram em junho 800 bilhões de yuans (cerca de US$ 130 bilhões) em novos empréstimos, ante os 667,4 bilhões de yuans liberados em maio, indicou a pesquisa com economistas do WSJ. Mas o impacto da crise de crédito de junho provavelmente afetou atividades fora de balanço, diz Shuang Ding, economista do Citigroup C +1.29% . O M2, um indicador amplo da oferta de dinheiro, também cresceu provavelmente a um ritmo mais lento, com alta anualizada de 15,2% em junho comparado com 15,8% em maio.

"Esses dados vão fazer muito pouco para mudar a imagem do aperto de crédito na China, apontando para um crescimento mais lento pela frente", disseram economistas do Societé Generale GLE.FR +0.27% em uma nota.

O mercado de ações, que começou o ano em alta, declinou com a tensão no mercado interbancário. O índice composto da bolsa de Xangai encerrou junho com queda de 14% em relação mês anterior, o nível de fechamento mais baixo dos últimos quatro anos, antes de subir novamente nos primeiros dias de julho.

A inflação ainda parece estar sob controle, com o índice de preços ao consumidor registrando alta anualizada de 2,5% em junho, ante o aumento de 2,1% no mês anterior, liderado por alimentos mais caros.

O único setor onde os preços continuam subindo é o imobiliário, com preços médios de imóveis residenciais subindo a uma taxa anualizada de 7,4%, para 10.258 yuan por metro quadrado, (cerca de US$ 1.700) em 100 cidades cobertas pelo índice China Real Estate System, gerenciado pela Soufun Holdings.

Fonte: The Wall Street Journal

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