SAO PAULO, 10 Jul (Reuters) - O emprego na indústria brasileira registrou pela primeira vez neste ano queda mensal ao cair 0,5 por cento em maio, a mais forte desde 2009, com recuo no total de horas pagas.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, o recuo mensal do emprego foi o mais acentuado desde dezembro de 2009, quando caiu 0,6 por cento.
Em abril o emprego na indústria havia ficado estável na comparação mensal, após alta de 0,2 por cento em março. Em janeiro e fevereiro também foi registrada estabilidade.
Em relação ao mesmo mês de 2012, o total de pessoal ocupado na indústria recuou 0,7 por cento, 20º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
O resultado de maio fica em linha com a produção industrial brasileira no mesmo mês, quando houve queda de 2,0 por cento frente a abril, resultado pior do que o esperado e que esfriou ainda mais as expectativas de recuperação mais sólida do setor.
"O mês de maio foi marcado por uma menor intensidade na produção, nas vendas, e no próprio mercado de trabalho. Há um predomínio de resultados negativos", disse o economista do IBGE André Macedo.
"Essa queda de 0,5 por cento (...) reflete essa instabilidade e volatilidade da produção industrial em 2013. O ritmo menos intenso da produção acaba provocando uma deterioração no mercado de trabalho", completou Macedo.
Segundo o IBGE, na comparação com maio de 2012, o contingente de trabalhadores sofreu redução em dez dos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo veio da Região Nordeste, recuo de 3,2 por cento.
Entre os que também mostraram queda estavam São Paulo (-0,7 por cento), Rio Grande do Sul (-1,9 por cento), Bahia (-4,5 por cento) e Pernambuco (-5,3 por cento).
Por outro lado, mostraram avanço a Região Norte e Centro-Oeste (1,4 por cento) e Santa Catarina (1,2 por cento).
HORAS PAGAS
O IBGE informou ainda que o número de horas pagas caiu 0,7 por cento em maio em relação ao mês anterior, após alta de 1,0 por cento registrada em abril. Essa foi a queda mais intensa desde abril de 2012, quando houve recuo de 0,8 por cento.
Sobre um ano antes, o número de horas pagas recuou 0,1 por cento, após avançar 0,2 por cento em abril, quando interrompeu uma sequência de 19 meses de taxas negativas consecutivas nessa comparação.
"(O número de horas pagas) tem uma relação direta com o menor dinamismo da produção industrial em maio", disse Macedo.
As indicações não são animadoras para o setor. Para junho, o Índice de Confiança da Indústria apurado pela Fundação Getúlio Vargas mostrou recuo de 1,1 por cento em relação ao final do mês anterior. Já a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que a expansão da atividade do setor ficou inalterada.
Fonte: Reuters Brasil
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