O dólar fechou esta segunda-feira (15) em queda com os investidores mais expostos ao risco após a economia chinesa ter crescido em linha com o esperado no segundo trimestre e dados da atividade dos EUA terem reforçado perspectivas de que os estímulos serão mantidos no país no curto prazo.
A moeda americana é considerada uma aplicação mais segura, segundo especialistas, e a procura por esse tipo de investimento diminui quando o clima é positivo no mercado, levando os investidores a opções de maior risco, como a Bolsa.
O dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- teve desvalorização de 1,17%, cotado em R$ 2,241 na venda. O dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- caiu 1,89%, para R$ 2,224.
No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, acompanhou o bom humor externo e fechou em alta de 2,65%, aos 46.738 pontos.
A economia chinesa cresceu 7,5% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado --dentro da expectativa da maioria dos analistas.
"O dado trouxe algum alívio ao mercado, que enxergava risco de uma desaceleração ainda maior, por conta do baixo dinamismo das exportações", avalia Maurício Molan, economista do Santander, em relatório.
Nos EUA, as vendas no varejo subiram menos do que o esperado em junho, ampliando os sinais de desaceleração no crescimento econômico, que pode servir de argumento contra a possibilidade de o banco central americano começar a reduzir seu estímulo monetário ainda neste ano, o que animou o mercado.
O BC americano compra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos para estimular a economia dos EUA. Diante de constantes indicadores econômicos positivos, a autoridade afirmou que já planeja o fim do programa de estímulo até 2014, sem dar pistas sobre quando o corte começará.
A notícia deixou os mercados globais em alerta, especialmente nos emergentes, para onde parte desse dinheiro era destinada em investimentos. O mercado teme que, após cortar o programa de compra mensal de títulos, o BC americano volte a subir a taxa de juros nos EUA --atualmente perto de zero.
Segundo especialistas, isso deixaria mais atraente os títulos do Tesouro americano, que são remunerados por essa taxa e considerados de baixo risco, impulsionado uma migração de recursos dos países emergentes para os EUA.
"O movimento pode prejudicar ainda mais a oferta da moeda americana no mercado brasileiro, pressionando a cotação do dólar para cima", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Apesar disso, segundo Galhardo, o mercado pode estar avaliando deixar os recursos por um período maior de tempo nos emergentes, uma vez que o corte nos estímulos nos EUA tende a ser adiado, "pelo menos no curto prazo".
Fonte: Folha de S. Paulo
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