BRASÍLIA, 26 Jul (Reuters) - A inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 5,2 por cento em junho, menor em relação a maio, quando registrou 5,5 por cento, ao mesmo tempo em que as concessões recuaram no período.
Segundo informou o Banco Central nesta sexta-feira, os atrasos nos pagamentos acima de 90 dias atingiram o menor patamar desde julho de 2011 (5,1 por cento) e interromperam dois meses de estabilidade. A queda de 0,3 ponto percentual no mês passado foi a maior desde o início da nova série histórica do BC, em março de 2011.
Levando em consideração os recursos totais no mercado de crédito brasileiro, incluindo também os recursos direcionados, a inadimplência também recuou em junho, a 3,4 por cento, ante 3,6 por cento em maio.
Em junho, ainda segundo dados do BC, as concessões no segmento de recursos livres somaram 248,3 bilhões de reais, queda mensal de 8 por cento. No crédito total, a queda foi de 3,8 por cento.
Existem algumas indicações de que a inadimplência pode perder força nos próximos meses. O Bradesco, que possui cerca de 16 por cento do mercado de crédito brasileiro, já informou que a tendência é de estabilidade e de até uma queda eventual da inadimplência até o final do ano.
No segundo trimestre, os atrasos acima de 90 dias do banco foi de 3,7 por cento, ante 4,2 por cento um ano antes e 4 por cento no primeiro trimestre.
Em junho, segundo o BC, o spread bancário foi a 16,7 pontos percentuais também no crédito livre, abaixo dos 17,2 pontos percentuais vistos em maio. Considerando o crédito total, o spread ficou em 10,9 pontos percentuais, abaixo dos 11,3 pontos em maio.
Apesar da queda nos spreads, a taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou junho em 26,5 por cento, superior aos 25,8 por cento verificado em maio. No crédito total, os juros ficam em 18,5 por cento em junho, maior que os 18,1 por cento apurado no mês anterior.
Os juros continuam influenciados pelo ciclo de aperto monetário, iniciado em abril passado e que já elevou a Selic em 1,25 ponto percentual, para o patamar atual de 8,50 por cento. O objetivo do BC, que já indicou que deve fazer novas altas na taxa básica de juros, é combater a inflação.
O discurso no governo é de que a inflação vai ceder. Neste mês, o IPCA-15 mostrou desaceleração da alta para 0,07 por cento, voltando no acumulado em 12 meses a ficar abaixo do teto da meta do governo, com 6,40 por cento.
O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 1,8 por cento em junho ante maio, chegando a 2,532 trilhões de reais, ou 55,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: Reuters Brasil
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