Cerca da metade das autoridades do Federal Reserve defendeu, na reunião de junho do banco central norte-americano, que o programa de compra de títulos deve ser interrompido no fim do ano, mas muitos ainda querem garantias de que a recuperação do mercado de trabalho é sólida antes de qualquer retirada de estímulo.
A maioria das 19 autoridades do Fed achou que era uma boa ideia que o chairman do Fed, Ben Bernanke, traçasse um roteiro na coletiva de imprensa pós-reunião sobre o cronograma de desaceleração do chamado "quantitative easing", mostrou a ata divulgada nesta quarta-feira.
Naquela entrevista, Bernanke disse que o Fed provavelmente iria diminuir o ritmo de suas compras de títulos até o fim do ano e que poderia interrompê-lo em meados de 2014.
"Vários membros julgaram que uma redução nas compras de ativos será em breve justificada", mostrou a ata. Mas acrescentou que "muitos membros indicaram que melhora maior no cenário do mercado de trabalho será necessária antes que seja apropriado desacelerar o ritmo de compras de ativos."
Os mercados financeiros oscilaram após a divulgação da ata, com os investidores tentando medir a probabilidade de recuo de curto prazo em compras de títulos do Fed. Mas, nas negociações no "after market", as ações subiram e os preços da dívida dos EUA subiram após Bernanke reiterar a necessidade se manter a política monetária expansionista no horizonte relevante, lançando dúvidas sobre a força do mercado de trabalho dos EUA.
"Todo mundo parece ter sua própria opinião sobre quando o Fed deverá começar a reduzir (as compras de ativos). Acho que está mais incerto do que antes", disse a diretora de análise de renda fixa da Action Economics, Kim Rupert. "A maioria esperava que setembro pode ser um bom ponto de partida. Isso gera muito mais dúvidas sobre esse período."
Bernanke, que participou de conferência em Cambridge, Massachusetts, após a divulgação da ata disse que o Fed precisava manter uma política monetária de estímulo em vigor, dado o baixo nível de inflação e taxa de desemprego de 7,6 por cento que "exagera a saúde do mercado de trabalho."
"A mensagem geral é a acomodação", disse ele. "A política altamente expansionista é necessária para o futuro relevante", acrescentou.
Na reunião de junho, algumas autoridades do Fed mostraram preocupação não apenas com o cenário de emprego, mas com o ritmo de crescimento econômico também. Muitos economistas acreditam que a economia norte-americana cresceu menos de 1 por cento no segundo trimestre na base anual, embora muitos esperem uma recuperação no segundo semestre do ano.
"Alguns (membros) acrescentaram que precisariam... ver mais evidências de que a aceleração projetada na atividade econômica vai ocorrer, antes de reduzir o ritmo das compras de ativos", mostrou a ata.
Entre os membros do Fed que argumentaram que seria sábio reduzir as compras em breve, dois acharam que isso deveria ser feito "para impedir que as potenciais consequências negativas do programa superem seus benefícios esperados".
Fonte: Reuters Brasil
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