Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ibovespa perde 25% e é rebaixado por JPMorgan

Forte queda do índice brasileiro e revisão de PIB faz banco recomendar outros países.

Não está nada fácil para o Ibovespa e os demais índices acionários de países emergentes. Enquanto as bolsas de valores dessas nações registram queda de 13% este ano, em média, - só o Ibovespa amarga perdas superiores a 25% -, o índice que mede o desempenho de todas as bolsas de valores mundiais subiu 10% no mesmo período, puxado, principalmente, pelos países desenvolvidos.

E não há indícios de melhora, para quem já está perdendo,seja pelo crescimento interno dos países emergentes e a desaceleração econômica chinesa, seja pela perspectiva de redução do programa de recompra de títulos americanos ainda este ano. "Novas quedas em países emergentes são esperadas com as revisões, para baixo, dos respectivos PIBs", afirmam os analistas do banco J.P. Morgan, em relatório enviado a clientes.

Tanto é que o banco de investimentos americano, que administra US$ 2 trilhões, rebaixou sua recomendação para o mercado acionário brasileiro, de neutra para abaixo da média do mercado (underweight).

Segundo o documento, a iniciativa teve como base a maior queda dos papéis brasileiros ante os demais países emergentes, interferência do governo no preço da gasolina e a possibilidade de a resposta às manifestações populares deteriorar a política fiscal. "Acrescente-se a isso o impacto das taxas mais altas dos títulos globais e o risco econômico da China. De 13 de abril de 2012 a 7 março de 2013, o Brasil ficou abaixo dos países emergentes em 11%. Com expectativa tão baixa, acreditamos que nem mesmo uma política amigável ao mercado pode levar a um rali", apontou o documento, assinado por seis analistas.

Pablo Spyer, diretor da mesa da Mirae Asset Management, ressalta que não são apenas esses os fatores que podem afundar ainda mais o Ibovespa. "Se o Fed reduzir o ritmo do programa de recompra de títulos em breve, as bolsas americanas recuarão forte, puxando para baixo a BM&FBovespa", acredita.

"Não é de hoje que digo que há chances de o Ibovespa voltar aos 35 mil pontos. Nesse patamar, a indicação é de compra", completa o especialista. Para ele, a possível redução do quantitative easing (QE3) é a principal variante que deve mexer com a bolsa daqui para frente. Mas ontem a ata da reunião do comitê de política monetária americano, o Fomc, divulgou a ata da última reunião e mostrou um comitê dividido sobre o fim das compras dos títulos pelo Federal Reserve.

Mas Gabriel Ribeiro, analista da UM Investimentos, chama a atenção para os efeitos que a desaceleração econômica chinesa causariam em algumas empresas brasileiras ligadas às commodities. "Essas empresas têm um peso significativo no Ibovespa. Com a menor demanda pelas commodities, essas empresas tendem a refletir esse cenário", diz.

Por isso, para quem quer se arriscar no mercado acionário brasileiro, a recomendação dos gestores é cautela. "Ainda há boas oportunidades de investimento. Mas é preciso avaliar algumas variáveis: setor de atuação da empresa, indicadores financeiros, riscos regulatórios e se está exposta à inflação e à taxa de juros", pondera.

O J.P. Morgan não rebaixou sua recomendação apenas para o mercado acionário brasileiro. Reduziu também sua indicação de Indonésia ao identificar sinais de desaceleração econômica. "Embora os sinais de uma desaceleração são mais amplos agora, o setor externo e moeda não se recuperaram como esperado", disseram os analistas do banco de investimentos. Em contrapartida, elevou a indicação das bolsas da Rússia e da Coreia do Sul, de inferior à média do mercado para neutra.

Fonte: Brasil Econômico

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