Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Russa Uralkali sai de cartel de potássio; vê queda do preço por competição

MOSCOU, 30 Jul (Reuters) - A russa Uralkali desmantelou uma das maiores parcerias do mundo no setor de potássio, deixando uma joint venture com o seu parceiro da Belarus, em um movimento que pressionará os preços globais da matéria-prima em cerca de 25 por cento em função do aumento da competição, segundo a companhia.

O desmembramento da Belarus Potash Company (BPC) pode causar uma guerra de preços e deixa a Canpotex, da América do Norte, no domínio das exportações de potássio, ingrediente importante para a fabricação de fertilizantes.

A decisão também pode levar a cancelamentos de projetos pelas rivais, uma vez que a indústria sofre com os preços mais baixos. Mas pode favorecer melhores acordos com os agricultores, os consumidores finais dos fertilizantes.

A BPC e Canpotex (formada por Potash Corp, Mosaic e Agrium Inc) foram responsáveis ​​por 70 por cento do comércio mundial de potássio. O duopólio havia estabelecido preços idênticos em mercados-chave como a China e a Índia.

"Nos últimos anos, a BPC e a Canpotex... conseguiram aumentar os preços do potássio bem acima dos custos de produção", afirmou um executivo de uma grande empresa de potássio na Índia, pedindo para não ser identificado.

A Uralkali disse que estava saindo depois de chegar a um "impasse" sobre as vendas, e que deverá exportar todo seu potássio por meio de sua trading com sede na Suíça, disse o presidente-executivo da companhia, Vladislav Baumgertner.

"Em um futuro próximo, a competição global pode se tornar mais forte --isso pressionará os preços."

A decisão pode levar a uma queda no preço global de potássio para menos 300 dólares por tonelada no segundo semestre de 2013, ante os atuais 400 dólares por tonelada, disse a empresa.

Preços mais baixos dos fertilizantes podem resultar em aumento da demanda de agricultores sensíveis ao preço na Ásia.

As ações da Uralkali caíram quase 20 por cento após o anúncio.

A Uralkali e a fabricante de potássio de Belarus, a Belaruskali, foram parceiros por oito anos na BPC, representando 43 por cento do mercado mundial de exportação de potássio.

A Uralkali disse que tinha deixado o empreendimento porque Belaruskali fez um certo número de entregas de fertilizantes fora da parceria.

"É como se a Arábia Saudita decidisse deixar a Opep --os preços do petróleo cairiam imediatamente", disse o operador Dmitry Ryzhkov, da Renaissance Capital.

"Esta decisão foi uma surpresa para nós", disse um gestor importante da Belaruskali, que pediu para não ser identificado, disse.

A Belaruskali não quis comentar a decisão oficialmente.

O presidente da Uralkali disse que a empresa havia informado a Belaruskali verbalmente na segunda-feira e, em seguida, formalmente na terça-feira. A BPC não estava disponível para comentar o assunto.

A Uralkali tem planos para aumentar suas vendas de potássio a 13 milhões de toneladas em 2014 e a 14 milhões de toneladas em 2015, ante 10,5 milhões de toneladas em 2013, disse Baumgertner. A empresa vai tentar expandir a seu mercado na China, Índia e Brasil.

NOVOS PROJETOS

A queda de preços poderia causar o cancelamento ou o adiamento de novos projetos de potássio, disse o analista do Raffeisenbank Konstantin Yuminov.

A mineradora BHP Billiton tem planos para um projeto no oeste do Canadá, o que seria a maior mina de potássio do mundo, com início previsto para 2017.

A BHP deverá tomar uma decisão sobre o projeto de 14 bilhões de dólares em seu próximo ano fiscal. Os executivos da indústria rivais questionaram a rentabilidade do projeto em níveis de preços atuais.

A BHP se recusou a comentar sobre o impacto da mudança da Uralkali.

A Uralkali disse ainda que iria atrasar sua mina Polovodovsky, que custaria cerca de 2,4 bilhões de dólares. Outros projetos de potássio cancelados ou atrasados incluem o projeto Rio Colorado, da Vale, na Argentina.

Fonte: Reuters Brasil

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