SÃO PAULO, 15 Jul (Reuters) - Economistas de instituições financeiras elevaram sua projeção para a Selic em 2014, prevendo que o Banco Central seguirá com o aperto monetário no ano eleitoral, ao mesmo tempo em que mantiveram a perspectiva para a taxa básica de juros neste ano e reduziram as de inflação e crescimento.
Segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, os analistas consultados mantiveram a projeção de que a Selic encerrará este ano a 9,25 por cento depois de o BC ter dado continuidade, na semana passada, ao ciclo de aperto monetário elevando a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 8,50 por cento.
Para a reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, os analistas esperam nova alta de 0,5 por cento, mantendo o ritmo de aperto monetário. Mas para o final de 2014 elevaram a perspectiva a 9,50 por cento, ante 9,25 por cento na pesquisa anterior.
O mercado agora aguarda a divulgação na quinta-feira da ata da reunião da semana passada, em que a decisão de elevar a Selic foi unânime, em busca de mais indícios sobre os rumos da política monetária.
Por sua vez, o Top 5, com as instituições que mais acertam as projeções no médio prazo, mostra que a estimativa para a Selic é de 9,50 por cento neste ano, inalterado ante a semana anterior. Para 2014, por outro lado, a projeção foi reduzida a 9,50 por cento, ante 9,75 por cento.
INFLAÇÃO
No comunicado após a decisão do Copom, o BC repetiu o argumento de que esse movimento de elevação da Selic colocará a inflação para baixo.
Em relação ao IPCA, os agentes econômicos consultados no Focus reduziram a expectativa neste ano a 5,80 por cento, ante 5,81 por cento na pesquisa anterior. Para 2014, a projeção permaneceu em 5,90 por cento.
Já a expectativa para a inflação nos próximos 12 meses foi ligeiramente elevada a 5,68 por cento, ante 5,67 por cento.
O nível elevado de preços continua preocupando ainda mais diante da fraqueza da economia brasileira, o que ficou evidenciado na queda de 1,4 por cento do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) de maio, ante abril. O indicador é considerado uma espécie de sinalizador do PIB.
Frente a esse cenário, os economistas baixaram pela nona semana seguida a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano no Focus a 2,31 por cento, ante 2,34 por cento anteriormente. Para 2014, a projeção foi mantida em 2,80 por cento.
O Focus mostrou ainda que os economistas mantiveram a expectativa para o dólar no final deste ano em 2,20 reais.
Fonte: Reuters Brasil
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