Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Após acordo nos EUA, dólar opera estável


Embora a maior parte dos pares internacionais tenha um pregão de fortalecimento frente ao dólar, o real segue próximo à linha d'água, após os ganhos de 4% em dezembro.

A chegada de um acordo sobre o abismo fiscal dos Estados Unidos favorece uma rodada de perdas globais do dólar nesta quarta-feira (2/1), primeiro pregão do ano de 2013.

O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, recuava 0,37%, aos 79.434 pontos.

"O acordo fechado nos Estados Unidos para evitar (ou ao menos postergar) o chamado "fiscal cliff" ameniza a percepção de risco dos investidores no curto prazo e reduz a pressão de valorização do dólar", diz Flávio Combat, da Concórdia, em relatório.

Já no âmbito doméstico, o dia é de estabilidade, e a moeda americana operava sem variação percentual frente ao real, negociada a R$ 2,043 para venda.

Parte desse desempenho descolado do mercado interno, ante o internacional, pode ser explicado pela oscilação do dólar frente ao real em dezembro, quando a divisa teve uma depreciação de 4%, após as diversas medidas do governo para evitar uma valorização excessiva do dólar.

O Banco Central (BC), na avaliação do economista da Concórdia, seguirá atuando para manter a estabilidade cambial, que deve seguir numa faixa entre os R$ 2,05 e R$ 2,10, que pode ser a nova banda com que irá trabalhar a autoridade nas próximas semanas.

Combat ressalta que o Congresso dos Estados Unidos apenas adiou importantes decisões, como o aumento no limite de endividamento do governo, e os cortes no orçamento.

Com isso, tais temas logo voltarão a ocupar o centro das atenções, o que tende a elevar a pressão de desvalorização da moeda brasileira, diz o especialista.

Juros

A curva de juros futuros da BM&FBovespa pega carona no otimismo que toma prevalece nos mercados e tem uma sessão de significativa abertura.

Mais negociado, com giro de R$ 3,152 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 subia de 7,71% para 7,77%, enquanto o para janeiro de 2014 avançava de 7,13% para 7,16%, com volume de R$ 1,769 bilhão.

No boletim Focus desta semana, os economistas consultados pelo BC elevaram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012, de 5,69% para 5,71%, e mantiveram inalterada em 5,47% para 2013.

O impacto da redução da tarifa de energia elétrica sobre a inflação, lembra o economista da Concórdia, será contrabalanceado pelo reajuste no preço dos combustíveis.

"O reajuste real do salário mínimo (para R$ 678,00, com aumento total de 9%) também deve pesar na inflação", nota Combat.

A divulgação nesta manhã do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que desacelerou para 0,66% na última semana de dezembro, queda de 0,07 ponto percentual em relação à terceira semana, não teve força para "fazer preço" na curva.

Embora o atual patamar do DI para janeiro de 2014 enseje uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic em 2013, esse não é o cenário previsto pelos economistas ouvido para o Focus, que esperam a taxa inalterada nos atuais 7,25% nos próximos 12 meses.

Fonte: Brasil Econômico

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