Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Aumento da Selic não é visto como algo iminente


Apesar do estresse verificado na curva de juros futuros da BM&F Bovespa, um aperto monetário não parece ser a saída mais adequada para o momento.

A curva de juros futuros da BM&FBovespa teve uma forte abertura no pregão desta quinta-feira (24/1), por conta da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), com os investidores pressionando a autoridade monetária a antecipar o início do ciclo de aperto monetário.

Mais negociado, com giro de R$ 51,551 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 subiu de 7,86% para 7,96%, enquanto o para janeiro de 2014 avançou de 7,18% para 7,25%, com volume de R$ 41,632 bilhões.

No entanto, se o cenário de queda da Selic em 2013, ainda defendido por uma corrente, foi definitivamente enterrado após a ata, uma elevação da taxa no curto prazo não é o cenário-base com que trabalha a maior parte dos economistas.

Até mesmo porque os contínuos e decepcionantes dados referentes ao nível da atividade doméstica não dão espaço para que o aperto seja conduzido pelo colegiado.

Embora entenda que o mercado realmente vai pressionar o BC a subir os juros antes do previsto, o economista Waldir Kiel Junior, da Hencorp Commcor, acredita que o próximo passo da política monetária será da Selic para baixo.

Na opinião do especialista, a autoridade tem de mudar o discurso, e aceitar, e admitir, que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um crescimento baixo, e que esse crescimento baixo levará a uma queda da inflação.

"O PIB vai cair mesmo, porque os preços estão alavancados e precisam passar por um ajuste", pontua. "Houve um boom do consumo, e o comércio aproveitou para colocar no preço. Por mais renda que a pessoa tenha, chega um ponto que ela não vai pagar mais".

Além do reajuste natural da economia, as medidas tomadas pelo governo para reduzir a tarifa de energia não parecem estar sendo levadas em conta pelos operadores apreensivos por uma alta da Selic.

"A redução da energia, se for de 18% para o consumidor, tem um impacto positivo gigante no IPCA, de mais de 0,50%. O mercado não está fazendo essa conta", diz Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores.

Uma elevação da Selic, se não é ideal para o momento, também não terá efeitos catastróficos, nota Nepomuceno, mesmo porque as seguidas reduções da taxa não foram suficientes para levantar a economia.

"Subir um pouco os juros agora seria até bom, já que quanto mais rápido sobe, menos tem de subir no final".

Fonte: Brasil Econômico

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