Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Queda no preço do minério indica fraca demanda chinesa


A Vale pode ser penalizada com a queda do preço do minério de ferro. Ação preferencial da mineradora já acumula baixa de 2,74% no ano.

As ações da Vale (VALE3 e VALE5) podem sofrer nos próximos 30 dias, diante da forte desvalorização do preço do minério de ferro. No pregão de quarta-feira (16/1), a commodity chegou a cair 5%, atingindo US$ 145,40.

Esta queda repentina preocupa os investidores, uma vez que pode sinalizar a chegada de uma fraca demanda da China.

"Os chineses vinham aumentando os estoques no quarto trimestre, que fez o preço chegar a US$ 150. Esta retração do preço, a princípio, mostra que os estoques já estão completos e que o preço deve voltar para a normalidade, entre US$ 120 e US$ 130", explica Carlos Müller, analista da Geral Investimentos.

Este aumento no estoque pode ser explicado por causa do ano novo chinês, com início em 10 de fevereiro e duração de uma semana. Durante esses dias, o mercado ficará parado. Por outro lado, a dificuldade que o mundo ainda está enfrentando também pode influenciar na queda do preço.

Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, aponta que se o valor do minério de ferro continuar a cair nos próximos dias, isso pode significar nova desaceleração na economia do gigante asiático. "Nesta madrugada irá sair o PIB [Produto Interno Bruto] da China e muitos investidores estão cautelosos com o resultado", pontua Galdi.

Com isso, a mineradora Vale deve sofrer com essa baixa no preço do minério e com a menor demanda nos próximos dias. Os investidores temem ainda as perdas que começaram neste ano, com a ação VALE5 acumulando baixa de 2,74%.

"O mercado faz uma relação forte entre a rentabilidade do papel com o preço do minério de ferro", diz Müller. No entanto, a alta no valor do minério de ferro no quarto trimestre gerou um bônus alto para a Vale, o que minimiza as atuais perdas.

Outro ponto que pode explicar o retrocesso na demanda pode estar ligado ao fator climático, havendo uma antecipação nas compras.

Para Galdi, de dezembro até março, enquanto a Austrália, grande produtora da matéria-prima, enfrenta furacões e queimadas, o Brasil tem período de chuvas. "No ano passado, por causa do clima, a Vale não conseguiu cumprir os pedidos".

Análise gráfica

Diante dessas incertezas, o papel VALE5 está sem tendência no curto prazo. Atualmente, o suporte está em R$ 39,30 e a resistência está em R$ 40.

"O momento é para aguardar a compra ou a venda. Segunda-feira (21/1) tem vencimento de opções e os investidores costumam ficar vendidos. Como será um dia de bastante negociação, o melhor é aguardar, pois se romper a resistência, o papel pode subir para tentar recuperar as últimas perdas", destaca Leandro Klem, analista gráfico da Trader Brasil.

Os dados da China de inflação esta semana penalizaram o desempenho da ação. Klem alerta para as próximas divulgações de indicadores que poderão pesar ainda mais na ação.

Por outro lado, ele diz que a tendência é de alta, pois veio de uma forte valorização no final do ano e realizou nesses últimos dias. Se bater em R$ 38, o papel pode voltar a subir com força.

Fonte: Brasil Econômico

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