Com poucos indicadores e feriados, Ibovespa sem grandes variações tem boas chances de ser uma realidade nas sessões seguintes.
Os próximos pregões do Ibovespa não devem trazer fortes emoções aos investidores. Ao menos essa é a primeira leitura que se faz do mercado financeiro na semana que vem quando olhamos para a agenda de indicadores.
Mesmo pela análise gráfica a tendência que aparece para o principal índice da BM&FBovespa no curto prazo é de "lateralidade".
Para começar, na segunda-feira (21/1) já não teremos os Estados Unidos para balizar nosso desempenho, por conta do feriado em comemoração ao aniversário de Martin Luther King. Na sexta-feira (25/1) é a vez da Bolsa brasileira não abrir, no dia do aniversário de São Paulo.
Ou seja, as negociações no âmbito doméstico devem ficar concentradas no miolo da próxima semana, entre terça (22/1) e quinta-feira (24/1).
A Europa tende a centralizar a atenção dos investidores em um primeiro momento, com o encontro dos ministros de Finanças da Zona do Euro.
"Pela primeira vez não existem assuntos urgentes a serem tratados na reunião, reflexo de que os riscos políticos na região diminuíram", afirmam Allan Von Mehren e Steen Bocian, do banco dinamarquês Danske, em relatório.
Para esse evento é esperado o anúncio do sucessor de Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo. A imprensa do velho continente aponta o ministro holandês de Finanças, Jeroen Dijsselbloem, como o nome mais forte para ocupar o cargo.
Na quinta, devemos ter o pregão mais atrelado aos indicadores, com PMIs na China, Alemanha e Zona do Euro, e indicadores antecedentes e pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.
"Como a tensão política diminuiu recentemente, esperamos por alguns sinais nos PMIs que confirmem nossa visão de que a Zona do Euro vai quebrar o ciclo de recessão no começo de 2013", ponderam os especialistas do Danske.
Já no Brasil o destaque fica com a prévia da inflação oficial (IPCA-15) e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
Embora essas divulgações internas geralmente tenham mais impacto nos juros futuros, o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, afirma que a perspectiva positiva para o Ibovespa neste ano está relacionada, em parte, com a baixa atratividade da renda fixa.
"Se o Copom sinalizar preocupação com a inflação, e o mercado ver a possibilidade de uma alta dos juros, pode melhorar a atratividade da renda fixa e diminuir a da Bolsa", nota o especialista.
Nos Estados Unidos, Rostagno lembra que alguns balanços corporativos ainda a serem divulgados podem fazer preço nos mercados, dependendo dos números que saírem.
Companhias que têm seus resultados mais atrelados ao nível de consumo dos americanos, como IBM, AT&T, Kimberly-Clark e Honeywell são a bola da vez semana que vem.
Análise gráfica
Ao passarmos para a análise técnica, o grafista Igor Graminhani, da WinTrade, usa o termo "congestão" para ilustrar o atual momento do Ibovespa.
"O índice está em uma tendência lateral. A congestão vai do suporte em 61.080 pontos até a resistência em 62.284 pontos", explica. "O investidor deve esperar o rompimento de um dos extremos para entrar", recomenda.
Caso embarque em uma trajetória de ganhos e ultrapasse a marca dos 61 mil, o analista da WinTrade aponta como próxima resistência relevante os 63.428 pontos.
"Esse é um nível que já foi testado no pregão de 14 de setembro e também no dia 3 de janeiro. Se romper, abre espaço para subir até os 65.600".
Por outro lado, em um cenário onde a força de baixa prevaleça, Graminhani tem como suportes, após os 61 mil, os 60.221 e os 59.153 pontos.
Embora destaque a falta de rumo do Ibovespa no curto prazo, o especialista ressalta que, no médio prazo, a tendência ainda é de alta para o índice.
"Desde meados de novembro do ano passado que o Ibovespa vem com topos e fundos ascendentes, que caracteriza uma tendência de alta no médio prazo".
Fonte: Brasil Econômico
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