Para o colegiado, os riscos de inflação estão mais altos, e a esperada recuperação da economia está sendo mais lenta do que o previsto.
O Comitê de Política Monetária (Copom) demonstrou maior preocupação com a alta de preços, e desenhou um cenário mais pessimista para atividade econômica na ata de sua última reunião, divulgada nesta quinta-feira (24/1).
Para o colegiado, os riscos de inflação estão mais altos, e a esperada recuperação da economia está sendo mais lenta do que o previsto.
"O Copom destaca que o balanço de riscos para a inflação apresentou piora no curto prazo e que a recuperação da atividade doméstica foi menos intensa do que o esperado, bem como que certa complexidade ainda envolve o ambiente internacional", afirma o documento.
A ata afirma que o ritmo da atividade doméstica deve ficar mais intenso ao longo do ano, mas há riscos de descompasso entre oferta e demanda - o que pode pressionar mais a inflação.
Além disso, a entidade avalia que a maior dispersão nos aumentos torna a inflação resistente no curto prazo.
De acordo com o Comitê, o fraco desempenho da economia brasileira ocorre, principalmente, por limitações na oferta. "Dada sua natureza, portanto, esses impedimentos não podem ser endereçados por ações de política monetária, que são, por excelência, instrumento de controle da demanda", diz o documento.
O Comitê ressaltou que as iniciativas recentes mostram que a política fiscal está "em posição expansionista".
Também consta a afirmação, presente nas atas de reuniões anteriores, de que "a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta."
Expectativas
A economia brasileira teve pouco crescimento nos últimos trimestres, e deve fechar o ano de 2012 com expansão próxima de 1%.
No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,6%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto na época o mercado esperava expansão superior a 1%.
Diante disso, o mercado vem rebaixando suas previsões de crescimento. Segundo o boletim Focus, do Banco Central (BC), a média de projeções aponta para uma expansão de 3,19% neste ano, mas as previsões estão em queda há três semanas consecutivas.
Com relação à inflação, as expectativas vêm subindo há três semanas, e já projetam um avanço de 5,65% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013.
Na quarta-feira (23/1), o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) acelerou para 0,88% em janeiro, acima da taxa de 0,69% registrada em dezembro, com pressão de alimentos e serviços.
Fonte: Brasil Econômico
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