O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mandou um recado para quem aposta na queda do dólar e que ele ficará em um patamar baixo não se entusiasmar. “Nós não estamos mudando a política cambial. A política cambial do governo é a mesma e não permitirá uma valorização especulativa do real. Aviso aos navegantes. Isso veio para ficar. Não se entusiasmem, porque não vai acontecer isso. Desde que ele flutue dentro de um patamar que mantenha a competitividade da indústria e das exportações, ele pode flutuar perfeitamente.
Essa política que estamos praticando”, disse. Ele assegurou que a desvalorização do dólar não será usada como nova ferramenta da política do governo para conter a inflação, que começa a sofrer novas pressões como o aumento da gasolina a partir de hoje. “Outra coisa. O câmbio não é instrumento para baixar preço”, afirmou o ministro, hoje, a jornalistas após participar do último dia do Encontro Nacional dos Novos Prefeitos e Prefeitas.
Mantega ressaltou que o único instrumento de política monetária para baixar preço “é o juro e outros mecanismos que o Banco Central pratica”. “É verdade que no ano passado tivemos uma elevação do dólar, que nós apoiamos. Tivemos 20% de desvalorização do real e isso afetou a inflação. É verdade. Uma parte da inflação de 5,8%, que foi menor que 2011, digamos que 0,4 a 0,5 (ponto percentual ) foi da elevação do câmbio. A inflação na verdade, seria 5,3% se não tivesse havido a valorização do real”, afirmou. Para ele, esse impacto já foi absorvido e, se o dólar ficar estável, não ele não vai gera mais inflação. “E ele não pode ser usado como esse mecanismo. Não esperem que o cambio venha a derreter”, afirmou.
Na avaliação do ministro, “o dólar caminha para um patamar mais equilibrado, espontaneamente, com menos intervenções do governo”. Ontem, a moeda norte-americana fechou a R$ 1,985 e ainda hoje continuava abaixo de R$ 2, o que não acontecia desde julho do ano passado. Para Mantega, essa flutuação é normal, por enquanto. “O que interessa é que o câmbio tenha estabilidade e não haja muita volatilidade porque isso atrapalha o exportador. Se observamos nos últimos seis meses houve uma estabilidade no câmbio, mas isso não significa que ele fique fixo. Ele não é fixo. Ele tem flutuações”, disse o ministro, que garantiu que o governo poderá intervir no câmbio sempre que for necessário.
Fonte: Correio Braziliense
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