Expectativa é que o crescimento fique próximo dos 8% ao longo do ano. É esperada manutenção nos juros, diante de uma expansão maior.
Após a China ter acelerado do ritmo morno em que estava no terceiro trimestre, analistas esperam que o governo reduza os estímulos fiscais e monetários, mas não os elimine por completo.
Uma maior parcimônia nas medidas deve ser vista caso se confirme uma retomada na Zona do Euro e Estados Unidos, aquecendo novamente a demanda por produtos chineses.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou alta de 7,9% no quarto trimestre de 2012, em comparação com o mesmo período do ano anterior - taxa maior do que o registrado nos três meses anteriores, quando a expansão alcançou 7,4%.
Essa taxa deve se manter, com ligeiras variações, ao longo de 2013. "Essa é a nova realidade: um crescimento mais próximo dos 8%", diz Fernando Genta, economista da MCM Consultores Associados.
"Acreditamos que esse ritmo positivo continuará no primeiro trimestre deste ano, mas o crescimento começará a se estabilizar conforme entramos no segundo trimestre", afirma, em relatório, James Bilson, economista da gestora Schroders.
Em seu cenário base, o economista acredita que o governo deverá manter a taxa de juros em 6% em 2013 - anteriormente, a Schroders previa um corte adicional. Ele espera que, se necessário, o banco central chinês faça uso de compras de títulos para elevar a liquidez.
"A política monetária segue ‘prudente', e há confiança com o fim da ameaça inflacionária, tanto que eles reduziram a meta", diz Genta.
Os preços na China registraram alta de 2,6% em 2012, abaixo da meta de 4%, e autoridades do país declararam que a alta de preços deverá ser de 3,5% em 2013.
O economista da MCM destaca que a avaliação da economia chinesa por setores é dificultada pela divulgação limitada dos dados pelo governo. Mas é possível estimar que o aquecimento no PIB chinês foi influenciado principalmente pelos investimentos em infraestrutura e pela liberação do crédito do governo.
Entretanto, outros fatores tiveram peso, como a retomada das exportações, que em dezembro atingiram alta anual de 14,1%, frente a 2,9% em novembro, segundo dados divulgados na semana passada. Esse foi o maior crescimento em sete meses.
"A recuperação da China vem acontecendo moderadamente e é explicada tanto por fatores econômicos - como melhora das exportações e do setor imobiliário, acompanhada pela discreta aceleração da produção industrial - como pelo ambiente político mais favorável, dado pela nova liderança do país, que foi oficialmente conhecida em novembro do ano passado", afirma relatório do Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco, chefiado por Octávio de Barros.
"Não vejo aceleração, mas uma mudança no mix de crescimento, com o setor privado ganhando participação", diz Genta.
Para o Brasil, embora o crescimento em torno de 8% seja menor do que as taxas alcançadas nos anos anteriores (em 2011, 9,3%; e em 2010, 10,4%), esse ritmo de expansão será mais do que suficiente para garantir um consumo robusto de commodities.
"É só ver a tendência do minério de ferro", explica.
Fonte: Brasil Econômico
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