A produção de Páscoa atingiu 18 mil toneladas nos últimos dois anos, com 80 milhões de ovos vendidos.
A crise econômica mundial, que já penalizou tantos setores, não poderia deixar de atrapalhar uma das compras mais realizadas pelo o impulso, a de chocolates.
De acordo com Ubiracy Fonseca, vice-presidente de Chocolate da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), a produção de ovos de Páscoa para este ano deve ficar estável em relação ao ano passado.
"Para um país que cresceu 1% em 2012, com a recessão na Europa e os Estados Unidos crescendo pouco, a estabilidade está em linha com nossa projeção", destaca.
O executivo aponta ainda que essa estabilidade não é algo negativo para o setor, pois é um segmento no qual as compras são realizadas por impulso. "O chocolate não é como arroz ou feijão. Ou seja, manter a produção igual a do ano passado, em meio a um ano conturbado, é uma vitória".
Para Ricardo Bassani, gerente de marketing da Nestlé, outro fator que colabora para as vendas em linha com as do ano passado é o fato da Páscoa acontecer mais cedo do que o normal. "Tem brasileiro que ainda está pagando as compras do Natal, além de impostos como IPTU e IPVA, o que acaba penalizando um pouco as vendas de ovos", explica o gerente.
No ano passado e em 2011, a produção de Páscoa atingiu 18 mil toneladas, com 80 milhões de ovos vendidos em mais de 800 mil pontos de venda no país.
A produção do setor, por sua vez, somou 650 mil toneladas em 2012, com consumo aparente (produção mais a importação menos a exportação) de 631 mil toneladas. Em relação às exportações, o número totalizou em 30 mil, enquanto as importações somaram 15 mil.
No entanto, Fonseca lembra que o mercado brasileiro ainda tem muito o que crescer. "Em termos de produção somos o terceiro país do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e Alemanha. Atualmente, o consumo per capita do brasileiro é de 2,2 kg por ano, sendo que há três anos o valor estava em 1,65 kg. Na Alemanha e Suíça, o consumo atinge 12 kg", explica Fonseca.
Para este ano, sem dar detalhes, a Abicab projeta crescimento do setor por causa do otimismo das indústrias. Somente para a Páscoa foram contratados 20 mil trabalhadores temporários, divididos nas fábricas e nas lojas. "Além disso, as marcas estão investindo pesado nas fábricas", diz Fonseca.
Segundo Bassani, a Nestlé espera crescimento de 5% na Páscoa de 2013, em relação a 2012, por conta de forte expansão no ano passado. Para os produtos que são referências de presentes, o avanço deve ser entre 6% e 10%, "porque a Páscoa é um momento de presentear os familiares e amigos", completa o gerente.
Preços
Em relação aos preços, a entidade não projeta o valor do aumento, pois deixa a critério de cada empresa. No entanto, as marcas em geral estimam alta de 5%, em média, alegando avanço nos custos com insumos, mão de obra e embalagens.
Para a Abicab, uma das estratégias das marcas para alavancarem as vendas em meio a alta dos preços está nos licenciamentos, que são vistos como necessários para acirrar a concorrência. "Cada uma das marcas foca no que lhe convém. Seja em licenciamentos e brindes ou em chocolates gourmets", pontua Fonseca.
Fonte: Brasil Econômico
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