Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Tarifa na conta de água deve subir 6%, estima analista


A proposta da Sabesp é de avanço de 13,11%, maior que a sugerida pela agência reguladora, de alta de 1,94%.

A disputa entre a Sabesp e a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) sobre qual será o melhor aumento tarifário ainda trará volatilidade ao papel SBSP3.

A Arsesp publicou, na semana passada, o parecer técnico da Sabesp sobre o processo de revisão tarifária, no qual ela defende uma tarifa de R$ 3,3853/m³, o que implicaria num aumento de 13,11% em relação a tarifa vigente, de R$ 2,99/m³.

A proposta da concessionária é 15,75% maior que a sugerida pela agência reguladora, de alta de 1,94%. A Sabesp questiona o acréscimo estipulado e alerta que este ligeiro aumento estimado pela Arsesp irá afetar a sua produtividade, assim como o plano de investimento.

"A proposta inicial da Arsesp compromete a capacidade de investimento da Sabesp nos próximos anos, que pretende universalizar o acesso ao saneamento no estado de São Paulo até 2020", aponta Ricardo Correa, da Ativa Corretora, em relatório.

Em meio aos questionamentos da Sabesp, a Arsesp irá divulgar no próximo dia 8 de fevereiro a nova tarifa. Na visão de Correa, o aumento não deverá atingir o patamar estipulado pela Sabesp, mas deverá chegar pelo menos em dois dígitos, "uma vez que teria um impacto pequeno no consumidor residencial, cerca de R$ 3,18 na conta mensal", destaca.

Por outro lado, Alexandre Montes, analista da Lopes Filho, afirma que esse reajuste deverá ficar entre o meio das duas pontas, algo em torno de 6%. "A Sabesp defende o interesse dela, o que é normal. Por isso que existe uma agência reguladora, pois é um setor monopolizado", lembra Montes.

Segundo ele, a necessidade de investimentos da companhia de saneamento é normal e em todos os anos ela conseguiu realizá-los com êxito. Além disso, o setor não possui problemas com linhas de financiamento, o que não prejudicaria os investimentos.

Questionado se este setor seria o próximo a ter que enfrentar embates com o governo, no caso da redução de tarifas, assim como o de energia elétrica, Montes enfatiza que nem de longe o segmento deve sofrer como o elétrico.

"A energia elétrica é regulada pelo governo Federal, enquanto o saneamento é pelo estadual. O WAAC regulatório, ou seja, a taxa de remuneração dos investimentos, em relação ao setor elétrico é de 7,5%, enquanto o de saneamento está em 8,06%", explica o analista, lembrando ainda que essa regulação será mais benigna do que para o setor de energia, principalmente por causa da eleição do ano que vem.

Ação

Com essa indefinição, a ação da Sabesp (SBSP3) pode sofrer certa volatilidade. Se o valor estipulado vier perto dos 13%, os investidores receberão bem a notícia e o papel deverá subir. No entanto, "se vier mais perto da projeção da Arsersp, a ação vai sofrer".

Montes não recomenda a compra do papel, pois no ano passado ele subiu mais do que o dobro e, agora, está com pouco espaço para se beneficiar.

No ano, os papéis acumulam alta superior a 5%.

Fonte: Brasil Econômico

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