Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Tombini levará para Davos agenda positiva do Brasil


Dilma convocou o presidente do BC para afinar discurso que será apresentado no Fórum Econômico Mundial.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, chega hoje ao Forum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, com a missão de tranquilizar o mercado internacional, após as sucessivas críticas da imprensa estrangeira em relação à política econômica do governo Dilma Rousseff.

A presidente abriu espaço em sua agenda no Palácio do Planalto para receber Tombini e afinar o tom da mensagem que deverá ser transmitida aos líderes empresarias e políticos reunidos no Forum.

O recado de Dilma é para que Tombini mostre a agenda positiva dos dois primeiros anos do atual governo, o que se traduz na conquista da menor relação de dívida/PIB da história do país.

Tombini deve bater na tecla de que o compromisso do governo Dilma é perseguir um crescimento maior da economia este ano, mas sem ameaças à política de metas de inflação.

Trata-se de uma resposta direta ao mais recente artigo do jornal britânico Financial Times que acusa o governo brasileiro de "jogar pela janela" a política de meta de inflação caso insista em reduzir ainda mais a taxa básica de juros, a Selic.

Por conta disso, Tombini deverá ressaltar a redução de 20% em média na tarifa de energia elétrica, que passará a valer a partir de fevereiro, como resultado da renovação antecipada dos contratos de concessão do setor, finalizada no ano passado.

A redução na conta de energia irá arrefecer as pressões inflacionárias, mesmo diante da perspectiva de aumentos nos preços dos combustíveis em estudo pelo governo. Projeções do Banco Central indicam que o corte na tarifa de energia irá compensar a alta no preço da gasolina, segundo a agência de notícias Reuters.

Neste aspecto, o presidente do BC também tocará na retomada das licitações de blocos de exploração de petróleo e gás que ocorrerão em março - para bacias no litoral norte e nordeste do país - e em novembro - esta abrangendo a camada pré-sal, além da decisão do governo de perseguir, como os Estados Unidos, a produção do gás de xisto.

Outro aspecto que também deverá contribuir para pressões inflacionárias menores virá do setor de alimentos. O governo confia nas boas perspectivas para safras de grãos brasileira neste ano, além da retomada da produção norte-americana após dois anos ruins.

Mas o economista e engenheiro agrônomo Alexandre Mendonça de Barros faz ressalvas. "Não tenho dúvidas de que a safra brasileira será boa, mas não sei se será suficiente para corrigir os baixos estoques de alimentos no mercado internacional", afirma. "Logo, é preciso ter cuidado com interpretações equivocadas de que o mercado agrícola vai devolver os preços anteriores as altas de 2012 e 2011."

Segundo Barros, a quebra de safra de milho nos EUA, de 2012, não será corrigida pela melhor safra brasileira assim como isto não ocorrerá com o trigo. Além disso, as carnes devem continuar em alta no mundo inteiro e esse patamar de preços transmitido ao Brasil.

"Se a inflação de alimentos foi de 9% em 2012, neste ano podemos prever algo em torno de 6%. É bem mais fraca do que o ano passado, mas fica próxima da meta de inflação", afirma.

O resultado final dependerá muito da safra dos EUA, que caso sofra algum percalço pode aumentar as pressões sobre os alimentos no Brasil. "Os alimentos continuarão alvo sendo uma tensão constante para o governo".

Fonte: Brasil Econômico

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