Investidores penalizam os papéis da empresas (OIBR4 e OIBR3), que recuam mais de 6%.
A mudança de presidente da Oi, com substituição de Francisco Tosta Valim Filho por José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, foi pressionada por investidores que levavam a uma situação insustentável com o executivo.
No entanto, essa substituição, que parecia ser o modelo adequado, pode trazer ainda mais problemas para a operadora de telefonia móvel.
Atualmente, a condição da Oi é complicada. Com a injeção de R$ 8 bilhões da Portugal Telecom, em 2010, os investidores tinham uma expectativa de retorno, porém, nos últimos meses o lucro foi diminuindo.
"Além disso, a empresa não conseguiu aumentar sua base de clientes e a somatória desses fatores resultaram na queda do presidente. Outro aspecto é que a companhia foi líder em reclamação no Procon em 2012", destaca Dane Avanzi, especialista em telecomunicações e diretor do Instituto Avanzi.
Segundo o especialista, o endividamento da empresa é tão alto que os R$ 8 bilhões não conseguiram sanar a dívida. Diante disso, ele alerta que "com a nova direção, se não houver uma mudança de hábito a partir de agora, a operadora não conseguirá quitar essa dívida", afirma Avanzi.
"Acredito que existe uma bolha no setor de telecomunicações, além de uma expectativa enorme dos investidores. Temos que ficar atentos, pois essa bolha vai explodir se os bilhões não forem pagos no prazo", explica o especialista.
A pressão feita pelos investidores se reflete no desempenho das ações no pregão desta terça-feira (22/1), com OIBR4 e OIBR3, recuando mais de 6%. De acordo com Luiz Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora, há três motivos para esse pessimismo.
"Três questões pesam. A primeira é que o presidente está apenas há um ano e meio no cargo e estava fazendo um processo de reestruturação, o que deverá ser paralisado. Além disso, há uma expectativa que no quarto trimestre o balanço venha ruim", destaca Pereira.
Outro ponto negativo é a especulação de que a empresa tinha um contrato com Valim para o pagamento de uma rescisão de R$ 100 milhões. Se esta informação proceder, o endividamento da empresa eleva novamente.
Por outro lado, Avanzi aponta que apesar da Oi não ter pontos positivos com os investidores, ela ainda pode reverter a situação, caso comece a investir pesado na infraestrutura e na comunicação, para garantir clientes.
O drama da operadora não para por aí. "A compra da Brasil Telecom, concessionária do centro-oeste, não foi algo bom, pois a infraestrutura de suas operações é muito ruim. Além disso, a Oi é conectada ao PT, e isso causa muita interferência nos negócios", pontua Avanzi.
Fonte: Brasil Econômico
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