Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

População idosa pesa mais nas finanças da UE


Ainda não se pode dizer se os países dos dois lados do Atlântico estão emergindo da crise financeira global que começou em 2008 com mais sabedoria e experiência. O que é certo é que eles estão saindo dela mais velhos. Os governos de muitos mercados desenvolvidos perderam um tempo valioso para começar a atacar um problema de força inexorável: a pressão que o envelhecimento da população vai colocar sobre as finanças estatais. Isso é especialmente verdade na Europa, por causa de sua intensa crise fiscal.

O futuro para muitos países inclui uma mão de obra que envelhece e a necessidade de dar assistência a uma crescente população de idosos. Em média, a proporção entre o número de habitantes com 65 anos ou mais e o número de habitantes com idades entre 15 e 64 anos — um importante indicador do grau de dependência dos idosos — vai subir de 14,2% em 2012 para 34% até 2050 nos países que pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, observa a agência de classificação de risco Fitch Ratings. O Japão se destaca entre esses países, com uma média de 35,5% em 2010 e uma previsão de 69,6% para 2050.

Mas a crise piorou o ponto de partida financeiro para outros países, especialmente na Europa. Em 2009, a Comissão Europeia previu que os gastos relacionados à idade da população deveriam chegar a 25% do produto interno bruto da União Europeia em 2033. Na verdade, esse nível foi atingido em 2010, devido à profunda recessão.


Projeções de crescimento mais baixo indicam que a carga futura está ficando cada vez maior. A expectativa agora é que os gastos relacionados com a idade por governos da UE como proporção do PIB aumente em 5,1 pontos percentuais até 2050, prevê a Fitch, contra uma projeção de alta de 4,3 pontos porcentuais feita em 2006.

A notícia, no entanto, não é de todo ruim. A crise fiscal na Europa está forçando alguns países a resolver este problema. Portugal, Itália e Grécia vêm efetivamente neutralizando o impacto de longo prazo do envelhecimento, observa a Fitch. Em Portugal, a projeção, feita em 2003, era de que as despesas relacionadas com a idade aumentassem em 9,7 pontos percentuais do PIB até 2050. Esse aumento está hoje em apenas 0,2 ponto percentual.

Essas projeções de longo prazo devem ser vistas com cuidado. Elas são extremamente sensíveis a pequenas alterações nas premissas subjacentes. Mas a mensagem é clara: sem alterações de política, a atual crise fiscal é apenas um precursor para uma crise mais longa e mais profunda no futuro.

Os investidores precisam ficar de olho nos governos que estão tomando medidas para corrigir o problema e os que não estão.

Fonte: The Wall Street Journal

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