Investidores mundiais deixaram de lado recentes preocupações com teto da dívida americana e optaram por repercutir o Livro Bege formulado pelo BC dos Estados Unidos.
Após dias de instabilidade em função dos impasses da negociação no Congresso americano para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos, os agentes globais decidiram assimilar outras informações nesta sessão.
Um dos primeiros assuntos repercutidos nesta quinta-feira (17/1) foi a análise do Livro Bege, divulgado na véspera, de que a economia americana registra crescimento moderado.
Segundo Mitsuko Kaduoka, diretora de análise de investimento do BI&P - Indusval & Partners, o relatório não determinou que o movimento de retomada deva prevalecer, mas foi suficiente para que o bom humor se instaurasse por todo o pregão.
A agenda relevante dos Estados Unidos, que trouxe números majoritariamente favoráveis, também ditou o otimismo que caracterizou o comportamento dos agentes globais neste pregão.
Entre eles, destaque para o recuo acentuado dos pedidos semanais de auxílio-desemprego, que passaram de 372 mil para 335 mil, surpreendendo positivamente ao mercado que esperava 370 mil solicitações.
Além disso, o número de casas em início de construção nos Estados Unidos avançou 12,1% em dezembro.
Mitsuko aponta ainda que os resultados dos bancos contribuíram positivamente para a melhora do ânimo dos agentes. O Citigroup, por exemplo, teve incremento de 25% no lucro líquido do quarto trimestre, chegando a US$ 1,19 bilhão.
Neste contexto, as bolsas de Wall Street fecharam com valorização. O Dow Jones subiu 0,63%, o S&P 500 avançou 0,56% e o Nasdaq teve alta de 0,59%.
Nem mesmo, o indicador que mede a atividade industrial da Filadélfia foi suficiente para segurar os ganhos dos índices globais.
"O problema da dívida americana e do déficit fiscal deu um espaço para o investidor, mas pode voltar à tona. Essa melhora pode ser pontual, não deve ser mudança de tendência", alerta Mitsuko.
No continente europeu, os investidores foram contagiados pelo bom humor vigente nos mercados americanos e as bolsas encerraram em campo positivo.
O leilão de títulos da Espanha, que arrecadou € 4,5 bilhões, contribuiu para o movimento.
O CAC 40, de Paris, se valorizou 0,96%; o DAX, da Alemanha, acelerou 0,58%; e o FTSE 100, de Londres, avançou 0,46%.
Por aqui, o Ibovespa acompanhou o movimento internacional e encerrou em terreno positivo. O principal índice da bolsa doméstica subiu 0,66%, aos 62.194 pontos, com giro financeiro em R$ 6,69 bilhões.
O volume negociado teria sido baixo por causa de uma entrada de investimentos estrangeiros menos expressiva, aponta Mitsuko.
Destaques
Entre as maiores altas da sessão brasileira, destaque para as ações do Marfrig (MRFG3) e do JBS (JBSS3), com avanços de 7,11% e 6,72%, respectivamente.
Na outra ponta, os papéis da OGX Petróleo (OGXP3) e da CSN (CSNA3) perderam 4,04% e 3,70%, nesta ordem.
Câmbio
E no mercado de câmbio, o dólar encerrou em queda de 0,19%, cotado a R$ 2,038 na compra e R$ 2,040 na venda.
Fonte: Brasil Econômico
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