Curva de juros futuros da BM&F Bovespa, que tinha forte alta pela manhã, fechou o pregão próxima da estabilidade.
A euforia que tomou conta dos mercados no primeiro pregão de 2013, após o acordo no Congresso americano que postergou o abismo fiscal, contaminou bolsas, câmbio e também o mercado de juros futuros.
No entanto, enquanto os índices acionários mantiveram a trajetória ascendente até o fechamento, o mesmo não foi verificado entre as moedas, e tampouco entre os juros.
O dólar, que abriu os negócios em queda frente a maior parte das divisas, passou a subir durante a tarde, sem que algum evento tenha sido identificado pelos especialistas de mercado para justificar tal movimento.
O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, e que chegou a recuar 0,40% nas primeiras horas da sessão, há pouco subia 0,20%.
No âmbito doméstico, a moeda americana avançou 0,14%, cotada a R$ 2,046 para venda, mas alcançou a mínima de R$ 2,034 pela manhã, quando recuava 0,49%.
Os analistas consultados entendem que, embora o abismo fiscal tenha sido evitado, os problemas na economia americana ainda persistem, e apenas foram jogados um pouco mais para frente.
"Não teve nenhuma notícia para justificar essa reversão. A especulação de que os ratings dos Estados Unidos podem ser rebaixados mesmo sem o abismo talvez tenha pesado um pouco", diz Flávio Serrano, economista sênior do Espírito Santo Investment Bank.
A despeito deste movimento pouco claro no dia, para as próximas semanas, o gerente da mesa de câmbio da Correparti, João Paulo de Gracia Corrêa, acredita que a taxa do dólar deve operar próxima do patamar em que já se encontra hoje.
"Essa deve ser uma taxa mais natural, já que o Banco Central (BC) fez vários leilões para baixar para esse nível, e informou ao mercado que os R$ 2,05 foram usados como base para seu cálculo de inflação", nota Corrêa.
"É uma taxa que não deve prejudicar o exportador, e também não vai afetar na inflação", completa o especialista.
Juros
A curva de juros futuros da BM&FBovespa, que tinha uma expressiva abertura no início do pregão, não teve força para sustentar tal performance e terminou próxima da estabilidade.
Mais negociado, com giro de R$ 10,224 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2013 subiu de 7,07% para 7,09%, enquanto o para janeiro de 2014 caiu de 7,13% para 7,12%, com volume de R$ 9,173 bilhões, e o para janeiro de 2015 ficou estável em 7,71%, movimentando R$ 7,860 bilhões.
Além dos questionamentos em relação a real capacidade de recuperação da maior economia do globo, outro ponto que pesou sobre os DIs, de acordo com Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos, é a expectativa por um número ruim da produção industrial brasileira na sexta-feira (4/1).
O mercado espera por um resultado negativo de 0,70% da produção industrial doméstica a ser divulgado no último dia desta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após o avanço de 0,90% em outubro.
"Os investidores estão vendo que a situação americana é mais complicada, e não é essa medida que vai resolver o problema. Aqui a preocupação continua com o PIB. Sexta deve vir um número ruim, e o mercado está antecipando", pontua Petrassi.
Fonte: Brasil Econômico
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