Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Fraca expansão do Brasil não reflete ambiente externo


Falta de infraestrutura e o sistema tributário são apontados como os piores problemas da estagnação da economia brasileira.

O avanço de 0,4% da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, chamado de Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), não é apontado como satisfatório pelo mercado, mesmo que o valor esteja acima do esperado (+0,1%), e que impulsione o PIB a fechar 2012 com expansão de 1%.

"Infelizmente temos que discutir se a economia crescerá 0,8% em 2012 ou 1%. Estes valores são incrivelmente ruins e dizer que a frágil economia internacional foi responsável é uma falácia. Um país que é emergente não pode ter este resultado", diz o economista Carlos Honorato, da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Segundo ele, enquanto a economia brasileira cresce 1% em 2012, os Estados Unidos devem avançar mais que o dobro e a China quase 8%. "Isso mostra que a crise global não é responsável, mas sim as maiores dificuldades internas que temos que lidar, como a falta de infraestrutura e o sistema tributário", pondera Honorato.

"A alta moderada na margem evidencia a letárgica recuperação da atividade doméstica, principalmente do setor fabril, que no mês de novembro contribuiu de maneira negativa no indicador, postergando a recuperação do setor de maneira mais efetiva para 2013", mostra o departamento de economia da Austin Rating.

Em novembro, o setor de serviços, assim como o varejo puxaram o melhor desempenho. No entanto, "não sabemos até quando esse modelo de crescimento irá nos beneficiar, pois não há sustentação do longo prazo, além de inadimplência ainda alta", diz o economista.

De acordo com Honorato, os três poderes no Brasil são ineficientes e incompetentes, pois grandes temas não estão sendo votados, travando a economia como um todo. "Nos falta um plano de país, assim como existe na China. Nos contentamos com o consumo no curto prazo. Enquanto isso não afetar a gente, nada será feito. Não há um movimento de pressão popular e os empresários, por receberem benefícios, também não determinam mudança".

Em meio a isto, o setor de bens de consumo, como alimentos, linha branca e automóvel, deve continuar como destaque no varejo. No entanto, com a perspectiva menos favorável para a economia internacional neste ano, a indústria de base e de transformação devem seguir sofrendo.

Com o aumento das vendas no Natal, a LCA Consultores estima que o IBC-Br deva chegar a 0,8% em dezembro, o que corresponde a uma estabilidade na comparação com novembro, em termos dessazonalizados.

Fonte: Brasil Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário