O Banco Mundial revisou para baixo sua previsão de crescimento da economia brasileira e lançou um alerta para que os emergentes protejam seu crescimento, já que o caminho da recuperação mundial ainda é "espinhoso".
"As nações em desenvolvimento devem se concentrar em melhorar o potencial de suas próprias economias e, ao mesmo tempo, fortalecer suas reservas para enfrentar os riscos provenientes da zona do euro e das políticas fiscais adotadas pelos EUA", diz a edição mais recente do relatório Global Economic Prospects (Perspectivas Econômicas Mundiais), publicada nesta terça-feira.
De acordo com o novo relatório, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deverá avançar 3,4% em 2013, abaixo da previsão anterior, feita em junho, de 4,2%.
A nova estimativa ainda está um pouco acima das previsões do mercado brasileiro, de 3,2%, segundo o Relatório Focus desta semana.
Para 2014, o Banco Mundial prevê crescimento de 4,1% para a economia brasileira, um avanço em relação aos 3,9% previstos anteriormente. O Focus prevê crescimento de 3,6% em 2014.
"O crescimento no Brasil deve se acelerar para 3,4% (depois de 0,9% em 2012), impulsionado por políticas de estímulo monetário e fiscal cujos efeitos ainda não foram totalmente sentidos", diz o órgão com sede em Washington.
Desempenho fraco
O relatório chama a atenção ainda para o impacto da desaceleração da expansão do crédito sobre o crescimento brasileiro e de um ambiente de comércio um pouco menos favorável.
Diz ainda que pressões inflacionárias poderão ser contrapostas com os cortes nas tarifas de eletricidade e com o próprio crescimento um pouco abaixo do potencial.
Segundo o Banco Mundial, o ambiente externo fraco e a contração na demanda doméstica foram amplamente responsáveis pelo crescimento fraco da América Latina, de 3% em 2012. Para este ano, a previsão é de 3,5%.
Tal ritmo lento não foi visto só na América Latina. De acordo com o Banco Mundial, no ano passado os países em desenvolvimento registraram uma de suas piores taxas de crescimento da última década.
O aumento das incertezas na zona do euro em maio e junho de 2012 é apontado como um dos motivos para esse desempenho.
"Desde então, as condições dos mercados financeiros melhoraram drasticamente", indica o documento.
"No entanto, a economia real respondeu de maneira moderada. A produção se acelerou nos países em desenvolvimento, mas se vê freada pela falta de investimentos e pela fraca atividade industrial nas economias avançadas."
Fonte: BBC Brasil
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