Por Simone Cavalcanti
Equipe econômica estuda novas medidas para preparar país para retomada de crescimento global
O aumento da competitividade do setor produtivo brasileiro tomou de vez a agenda do governo pelos próximos anos. A orientação da presidente Dilma Rousseff é que esse processo seja acelerado, principalmente enquanto a crise financeira internacional estiver latente, e prepare o país para o período de retomada global.
Por isso mesmo, novas medidas estão em estudo em uma ação conjunta com a iniciativa privada. Levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em conjunto com a Agência Nacional de Desenvolvimento Industrial (ABDI) deve apontar o caminho do que pode ser feito no sentido de reduzir os custos da produção.
Segundo o secretário-executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, o governo ouviu representantes de 19 cadeias produtivas que elencaram suas dificuldades e as iniciativas que podem elevar a competitividade das empresas. “Foram várias reuniões e disso sairão medidas que poderão ser horizontais e verticais”, disse, acrescentando que ainda não está definido se haverá aumento de crédito ou novas desonerações.
Como a estrutura produtiva brasileira é muito heterogênea, lembrou o presidente da ABDI, Mauro Borges, há setores intensivos em capital e outros em trabalho. Assim, ações como a desoneração da folha de pagamentos acabam atingindo horizontalmente as cadeias produtivas. Atualmente, segundo ele, a produção de 3,3 mil produtos não está mais onerada pelo regime antigo de contribuição para a Previdência Social. Esse montante significa 59% das exportações de manufaturados.
Depois de estabelecer um plano para reduzir os custos da energia elétrica, o setor de gás natural — fundamental para o setor petroquímico — está na mira, conforme publicou o Brasil Econômico. Assim como na conta de luz, o preço do gás usado pela indústria é muito tributado e os técnicos da área econômica estão avaliando como é possível fazer a desoneração.
Investimentos
Aliado a essa agenda, os investimentos não saem do foco. Afinal, sem o aumento da oferta de produtos e serviços, os riscos inflacionários se intensificam. “Nós temos a clara noção de que é preciso aumentar a taxa de investimento. Só que isso não se faz da noite para o dia”, disse o secretário-executivo. “O investimento induzido pelo setor público vai aumentar a taxa agregada da economia”, complementou Mauro Borges, presidente da ABDI.
No entanto, Teixeira admitiu que, muito embora o consumo esteja aquecido, a massa salarial crescendo e um ambiente considerado de pleno emprego, os investimentos não devem se recuperar no ritmo desejado. “Não vai ter aumento do investimento se não há expectativa positiva. O ambiente é de incerteza”, afirmou.
No início deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esperava que os investimentos crescessem 13% neste ano. A expectativa foi frustrada e agora ele já projeta um aumento de dois dígitos só em 2013. De acordo com o documento “Economia Brasileira em Perspectiva”, elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a taxa média anual de expansão entre 2004 e 2011 é de 8,66%.
Fonte: Brasil Econômico
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