Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Brasil terá recorde de renda agrícola na safra 2012/2013


Grãos, especialmente a soja, puxam a rentabilidade da produção, que tem expectativa favorecida pelo clima adequado.

A combinação de aumento na área plantada, alta produtividade e forte demanda vai garantir, na safra 2012/2013, um recorde para renda agrícola brasileira, que deverá alcançar R$ 112,355 bilhões, apontam projeções do departamento de estudos econômicos do Bradesco baseados em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

"A correção baixista dos preços de alguns grãos, motivada pela entrada da safra recorde no Hemisfério Sul, será limitada pelos baixos níveis de estoques globais e pelas melhores perspectivas para a demanda global, o que garante preços sustentados em patamares historicamente elevados no próximo ano", aponta a analista Priscila Pacheco Trigo, do Bradesco.

Trata-se da quarta alta consecutiva na renda, estimada em 9,1%, com forte influência da valorização dos grãos, especialmente da soja.

"Os preços da soja tiveram uma elevação violenta por conta da seca nos Estados Unidos e da redução dos estoques mundiais", lembra Francisco Olavo Batista de Sousa, gerente de avaliação de safras da Conab.

"Pela primeira vez teremos uma colheita maior do que a americana. A produção brasileira começará a entrar no mercado em fevereiro e, com a intenção de plantio que verificamos, deverá ser uma safra fantástica", disse.

Logo depois, entre março e abril, período no qual se concentra a colheita e comercialização dos grãos, parcela importante (75%) da renda já chega aos produtores.

Com a disparada da soja, os agricultores optaram por elevar a área plantada - o incremento ficou em 7,3%, de acordo com a Conab, bem acima do aumento consolidado da área de grãos, calculado em 1,4%.

"Com a perspectiva de rentabilidade maior, a soja está avançando sobre o terreno antes ocupado pelo algodão no Mato Grosso e no Oeste da Bahia", diz Batista de Sousa. Por sua vez, o algodão - uma lavoura cara, com exigência de tecnologia de ponta e preços historicamente baixos - está se retraindo: a produção deve ter queda de 17,3%.

"E a soja também avançou sobre a área de cultura de milho de safra de verão. Para aumentar a rentabilidade, os agricultores estão usando uma variedade precoce, aproveitando o regime de chuvas tanto para a oleaginosa quanto para o milho", explica o gerente da Conab.

A expectativa para a produção da oleaginosa é de 82 milhões de toneladas. Para a concretização dos resultados da temporada, que teve início em setembro, as condições climáticas serão determinantes, destaca Batista de Sousa: "Estamos iniciando o exercício com chuvas uniformes, calor e luminosidade no Centro-Sul".

PIB setorial

Apesar das perspectivas positivas para a safra 2012/2013, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio teve queda de 0,13% em julho, segundo levantamento da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), feito em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

A retração, contudo, teve um ritmo menor em relação aos outros meses. No acumulado de janeiro a julho, o PIB do agronegócio está negativo em 1,77%.

Fonte: Brasil Econômico

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