Para Antonio Correa de Lacerda, a China já mostrou que, agora, a estratégia é sustentar o crescimento com a demanda interna.
O desaquecimento da economia chinesa não está mais preocupando tanto os especialistas quanto no primeiro semestre. A desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB), de 7,6% no segundo trimestre para 7,4% no terceiro trimestre, já era esperada pelo mercado em geral.
Para Antonio Correa de Lacerda, professor da PUC, se a China continuar crescendo no patamar entre 7% e 7,5% ao ano, o Brasil não precisa se preocupar. "Esse crescimento sustentável mostra que existe demanda global e isso vai ajudar muito a nossa economia e a mundial".
A China é o maior comprador e investidor direto no Brasil. No entanto, o professor explica que o Brasil já está se acostumando com esse avanço menor na China, o que gera menos dependência do gigante asiático.
"A própria China já mostrou que agora a estratégia é sustentar o crescimento com a demanda interna. O Brasil já engatou isso no plano de crescimento e devemos concretizar nosso PIB em 4% nos próximos anos", garante Lacerda.
Segundo ele, o problema agora é observar o desempenho da China em 2013. "O governo já injetou bilhões para estimular a economia. Isso é muito bom no curto prazo, mas gera muita incerteza para o ano que vem", diz. Na opinião da equipe do Danske Bank, o PIB do próximo ano deverá ser de 8,5%, no entanto, Lacerda aponta em torno de 7%.
Indústria e varejo
Dados da indústria do varejo chinês também foram positivos.
A produção industrial da China cresceu 9,2% em setembro, ante o mesmo mês do ano anterior, superando as expectativas de analistas, que apontavam para um avanço de 9%. Em agosto, a indústria chinesa havia crescido 8,9%.
Além disso, as vendas no varejo chinês avançaram 14,2% em setembro, frente a igual mês do ano passado.
Em relatório elaborado por Flemming Nielsen, analista sênior do Danske Bank, os resultados mostram que a economia da China, agora, está se recuperando moderadamente.
Já a equipe técnica do Bradesco afirma que, por ora, os cenários de um crescimento do PIB abaixo de 7,5% ou de um cenário de pouso forçado, em 2012, perdem muito espaço.
"Os dados sugerem que a China saiu do fundo poço antes do esperado. Nossa previsão para o quarto trimestre é de crescimento de 7,5% e para 2012, alta de 7,7%", conclui o analista sênior do Danske Bank.
Fonte: Brasil Econômico
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