SÃO PAULO, 15 Out (Reuters) - O mercado prevê que Selic encerrará este ano a 7,25 por cento ao ano, abaixo da perspectiva da semana anterior de 7,50 por cento, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros na semana passada, mostrou a pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira.
Para 2013, os analistas consultados pelo BC mantiveram ainda a perspectiva de que a Selic fechará a 8 por cento, mas o Top 5 --grupo formado pelas instituições que mais acertam suas análises-- acredita que a taxa ficará nos mesmos 7,25 por cento de agora no final do ano que vem.
O Copom realizou na quarta-feira passada o décimo corte seguido na Selic, desta vez em 0,25 ponto percentual, para nova mínima recorde de 7,25 por cento, indicando claramente que o ciclo de afrouxamento monetário --iniciado em agosto de 2011 e com o objetivo de estimular a economia-- tinha chegado ao fim.
O Copom "entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear", informou o BC na semana passada.
Na próxima quinta-feira, a autoridade monetária divulga a ata desse encontro, cuja decisão de reduzir a taxa básica de juros foi dividida: cinco membros do Copom votaram pelo corte e três, pela manutenção da taxa em 7,50 por cento.
INFLAÇÃO E CRESCIMENTO
Em relação à inflação, a persistente alta dos preços fez com que os analistas consultados no Focus elevassem pela 14a vez a perspectiva para o IPCA neste ano, a 5,43 por cento, ante 5,42 por cento anteriormente. Com isso, as projeções se afastaram um pouco mais do centro da meta do governo, de 4,5 por cento.
Para 2013, a pesquisa mostrou que o mercado espera agora um IPCA ligeiramente menor, a 5,42 por cento, quando comparado com a semana anterior (5,44 por cento).
Em 12 meses, o mercado calcula que o IPCA crescerá 5,49 por cento, ligeiramente abaixo dos 5,50 por cento do levantamento anterior.
Os preços dos alimentos têm sido um dos principais vilões dos indicadores de inflação recentemente. O IPCA de setembro registrou alta de 0,57 por cento, a maior para o mês em nove anos.
Ao mesmo tempo em que vê a Selic estável e inflação maior neste ano, o mercado também acredita que a economia brasileira crescerá menos. A expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 foi reduzida a 1,54 por cento, ante 1,57 por cento. Para 2013, a perspectiva ficou inalterada em 4 por cento.
Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana dos agentes consultados, o crescimento do PIB será de 1,6 por cento neste ano --a mesma estimativa do BC-- e de 4 por cento em 2013.
Por sua vez o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua perspectiva para o PIB do Brasil neste ano a um crescimento de 1,5 por cento, ante previsão de julho de expansão de 2,5 por cento.
A pesquisa Focus desta segunda-feira mostrou também que o mercado manteve a previsão de que o dólar encerrará este ano a 2 reais.
Fonte: Reuters Brasil
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