Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Klabin avalia alternativas para financiar projeto de celulose


RIO DE JANEIRO, 26 Out (Reuters) - A Klabin, maior produtora de embalagens do país, está "indo bem" em suas negociações com investidores financeiros para a programada fábrica de celulose no Paraná, mas avalia alternativas de financiamento para ser capaz de complementar o montante a ser aplicado no projeto, afirmou o diretor-geral da empresa, Fabio Schvartsman.

Entre essas alternativas está a própria empresa aplicar mais recursos no plano ou a entrada de um investidor estratégico, que se interessaria, além do retorno financeiro, pelos negócios que o projeto pode propiciar.

Segundo o executivo, a Klabin já obteve licença prévia ambiental para o projeto e aguarda a definitiva para iniciar as obras. A fábrica foi anunciada mais cedo no ano e deve contar com investimentos de quase 7 bilhões de reais.

"Acreditamos que a melhor montagem para a Klabin para este projeto seja através de investidores financeiros... O levantamento de recursos com esses investidores continua indo bem, mas, por outro lado, não temos ainda a totalidade do que necessitamos", afirmou Schvartsman em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre, nesta sexta-feira.

"Em primeiro lugar (queremos) é completar esse projeto, e em segundo a Klabin deveria avaliar colocar um pouco mais de recursos próprios se necessário para fechar a conta. A terceira possibilidade seria de buscar um investidor estratégico", afirmou o executivo.

"Você trazer um investidor estratégico para participar desta operação é uma solução pior que as outras duas, não obstante nós sempre somos realistas", disse.

Ele não nomeou potenciais investidores estratégicos e financeiros que se comprometeram com o projeto, e tampouco divulgou um prazo para o anúncio do arranjo financeiro, mas o cronograma começa a ficar apertado à medida que o ano chega ao fim --a fábrica, que terá capacidade para 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, estava prevista para iniciar as operações em 2014.

Em agosto, Schvartsman havia dito que a empresa buscava fundos soberanos como investidores financeiros no projeto.

CURTO PRAZO BOM

A companhia anunciou resultados trimestrais melhores do que os esperados na quinta-feira, atribuído pelo executivo, entre outros motivos, à retomada na atividade econômica, medidas de incentivo do governo e aumento na demanda por embalagens.

Para o próximo ano, Schvartsman vê um cenário "melhor do que o de 2012", embora considere cedo para falar em estimativas específicas já que a empresa ainda está elaborando o orçamento para 2013.

Já para o curtíssimo prazo, a expectativa é que o quarto trimestre seja "tão bom ou melhor" do que o trimestre passado.

"A Klabin deverá apresentar no quarto trimestre um resultado tão bom quanto o do terceiro, o que é interessante porque o quarto trimestre é sazonalmente pior que do que o terceiro", acrescentou o executivo.

A busca por melhora da eficiência e produtividade, com consequente reduções de custos, devem continuar nos próximos trimestres, inclusive com redução de 10 por cento nos custos das operações florestais a partir de agora.

As ações preferenciais da Klabin operavam em queda de 2,68 por cento, cotadas a 11,26 reais, às 13h35, em um movimento de realização de lucro, segundo operadores. No ano até o fechamento de quinta-feira, as ações acumulam alta de 48,5 por cento.

MÁQUINA DE RECICLADOS

A Klabin anunciou nesta sexta-feira que investirá aproximadamente 300 milhões de reais na implementação de uma nova máquina para produção de papéis reciclados, com capacidade de 110 mil toneladas por ano e previsão de operação em meados de 2014, segundo fato relevante.

A maior parte do desembolso para o projeto --que deve ajudar a Klabin a elevar sua capacidade total de produção em 10 por cento nos próximos anos-- será em 2014, mas "parte importante" acontecerá no ano que vem, com potencial financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Esse programa é integralmente financiável e levaremos ao BNDES tentando enquadrá-lo nessa linha (de crédito) com custo de 2,5 por cento", disse o executivo.

Para ele, esse projeto é bastante rentável, com taxa de retorno desalavancado na faixa de 20 por cento e retorno sobre capital de aproximadamente 30 por cento.

A empresa atualmente trabalha em outros projetos "tão interessantes quanto" esse, mas que ainda não pode ser anunciados.

Fonte: Reuters Brasil

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