Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mercado de trabalho forte trará ações macroprudenciais


Como o governo pretende manter a taxa Selic inalterada, ganha força no mercado a aposta pela adoção de instrumentos alternativos no combate a esperada pressão inflacionária em 2013.

Os dados sobre o mercado de trabalho brasileiro divulgados nesta quinta-feira (25/10) pelo IBGE indicam que a taxa de desemprego no país deve seguir rodando próxima de seu menor nível histórico por mais algum tempo.

Tendo em vista a clara postura externada pelo governo, de que não pretende elevar a taxa básica de juros nos próximos meses, com o intuito de oferecer as condições que julga necessárias para que a economia doméstica retome uma trajetória satisfatória de crescimento, uma possibilidade que surge para evitar uma pressão inflacionária indesejada é a adoção de medidas macroprudenciais por parte do governo.

"Ratificamos o nosso cenário para a política monetária em 2013: manutenção da Selic em 7,25% ao ano, com a adoção, contudo, de medidas macroprudenciais para restringir a liquidez do mercado de crédito", afirma Flávio Combat, da Concórdia, em relatório.

O especialista prevê que a taxa de desemprego do país não terá alterações significativas daqui até o final do ano, já que sua projeção aponta para 5,5% no final do período, frente aos 5,4% de setembro.

"Os números de hoje não trouxeram alívio em relação às preocupantes perspectivas de inflação enfrentadas atualmente pelo mercado", ponderam Jankiel Santos e Flávio Serrano, do Espírito Santo Investment Bank.

No boletim Focus desta semana, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) elevaram, pela 15ª vez seguida, sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve encerrar o ano em 5,44% segundo o cálculo dos especialistas.

Embora a tendência seja de relativa estabilidade para a taxa de desemprego nos próximos meses, uma melhora não é esperada pelos especialistas do mercado, tendo em vista o desempenho apresentado pela região metropolitana de São Paulo.

Na capital paulista, a taxa avançou de 5,8% para 6,5%. Foi a terceira elevação consecutiva, e colocou a região, pela primeira vez na série histórica iniciada em 2002, com a maior taxa dentre as praças que participam do levantamento do IBGE.

"A tendência de elevação da taxa em São Paulo reforça o cenário de estabilização da taxa de desemprego até o final do ano, com ligeira piora na margem, mas ainda em patamar historicamente baixo", aponta a equipe da Rosenberg & Associados.

Fonte: Brasil Econômico

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