SÃO PAULO, 18 Out (Reuters) - O dólar fechou em leve queda ante o real nesta quinta-feira, em mais uma sessão de baixa volatilidade e volume reduzido por conta do temor de intervenção do Banco Central, apesar do cenário externo de maior aversão a risco.
Foi a quinta sessão consecutiva de leve queda da moeda norte-americana, o que deixa investidores em estado de alerta para uma possível intervenção do Banco Central.
Para manter o câmbio em um patamar favorável aos exportadores, a autoridade monetária brasileira tem impedido que o dólar fique abaixo de 2 reais desde o início de julho.
A moeda norte-americana fechou com queda de 0,20 por cento nesta quinta-feira, cotada a 2,0275 reais na venda.
Trata-se da menor cotação desde o dia 4 deste mês --quando o dólar encerrou em 2,0190 reais. No dia seguinte, o BC atuou pela última vez por meio de um leilão de swap cambial reverso, operação que equivale à compra de dólares no mercado futuro.
A divisa norte-americana fechou nesta quinta-feira perto da mínima do dia, de 2,0270 reais. A máxima foi de 2,0336 reais, atingida logo na abertura. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de aproximadamente 2,130 bilhões de dólares.
"Estamos com pouca oscilação e poucos negócios nesta semana. O fluxo está muito devagar e há o medo de que o BC volte a atuar conforme o dólar se aproxima do nível de 2,02, 2,01 reais", avaliou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.
"O dólar pode cair um pouco mais nos próximos dias e aí o BC deve intervir", acrescentou.
O mercado consolidou o patamar de 2,00 reais como um piso informal depois que o BC atuou com mais frequência em meados de setembro, quando o dólar ameaçou cair abaixo desse nível, acompanhando na ocasião uma melhora no cenário externo.
No início de outubro, quando a moeda ameaçou a se aproximar dos 2,00 reais, a autoridade monetária fez outro leilão de swap reverso, intervindo com a cotação em torno de 2,016 reais.
Além de o BC defender o piso de 2,00 reais, autoridades do governo brasileiro também expressaram preocupação com uma possível valorização do real. As constantes intervenções do governo têm trazido menor volatilidade e diminuído o interesse dos investidores no mercado de câmbio brasileiro, além de impedir que o real acompanhe o movimento do cenário externo.
Nesta quinta-feira, o dólar subiu ante outras moedas no exterior, com um cenário de maior aversão a risco depois de resultados trimestrais negativos do Google, com investidores ainda cautelosos sobre a situação da Espanha e mirando a cúpula de dois dias entre líderes da União Europeia, em Bruxelas.
O mercado ficou atento ainda aos dados da economia chinesa, que cresceu 7,4 por cento ante o ano anterior, no ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2009. Foi o sétimo trimestre seguido de desaceleração, embora os resultados tenham ficado em linha com a expectativa de analistas.
Às 17h39 (horário de Brasília), o dólar tinha alta de 0,46 por cento ante uma cesta de divisas, enquanto o euro caía 0,40 por cento ante a própria moeda dos EUA.
Fonte: Reuters Brasil
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