Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

G-20 quer estimular mais investimentos

As maiores economias industrializadas e em desenvolvimento do mundo estão considerando medidas, incluindo a securitização de empréstimos para projetos de infraestrutura e a criação de fundos dedicados, num esforço para reenergizar o crescimento global através do financiamento de investimentos de longo prazo.

Autoridades a par das discussões dizem que o Grupo dos 20 líderes reunidos em São Petersburgo esta semana provavelmente aprovará um plano — ao qual o The Wall Street Journal teve acesso — que busca formas de atrair uma parcela maior da poupança mundial, tornar o ambiente de investimentos mais atraente e melhorar a estruturação de projetos de longo prazo.
Com a capacidade de muitos governos de investir em suas economias severamente limitada depois que eles passaram anos injetando estímulos para compensar os danos da crise financeira, a ideia de envolver dinheiro do setor privado é, sem dúvida, atraente. Mas autoridades do G-20 estão cientes de que o maior desafio talvez não seja a falta de financiamento privado disponível, mas sim uma escassez de projetos que inspirem a confiança de investidores.

Desde o início deste ano, autoridades do G-20 têm procurado a assessoria de uma série de especialistas, incluindo o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, sobre que tipo de ação poderia ser tomada para apoiar o financiamento de investimentos de longo prazo.

Para as economias emergentes, o foco está em grande parte nas enormes exigências de infraestrutura — o Banco Mundial calcula que de US$ 800 bilhões a US$ 900 bilhões são investidos nesta área a cada ano, mas que seriam necessários mais US$ 1 trilhão. Para alguns países industrializados, uma questão fundamental é como fomentar o crescimento de pequenas e médias empresas, sobretudo porque o setor financeiro é mais cauteloso para assumir riscos em um ambiente pós-crise.

Autoridades que participam das negociações enfatizam que suas ideias são preliminares e notam que o grupo de estudo do G-20, que é dirigido pela Alemanha e Indonésia, pretende continuar suas discussões depois que a presidência do G-20 for transferida para a Austrália em 2014.
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O plano de trabalho descreve a missão de melhorar o clima para investimento como "prioridade número um". Isso poderia envolver medidas como o fortalecimento das instituições jurídicas ou a criação de regimes mais transparentes e estáveis para o investimento estrangeiro.

Ainda assim, a grande variedade de estruturas institucionais existentes nos países que integram o grupo pode tornar difícil para o G- 20 prescrever uma única fórmula que funcione para todos, disseram pessoas a par das discussões.

Outras questões importantes que o grupo pretende abordar incluem formas de atrair mais capital privado, particularmente de investidores institucionais abastados, para investimentos de longo prazo, e como melhorar a estrutura e a transparência dos projetos.

"Há um monte de dinheiro disponível" no setor privado, diz o ministro da Fazenda da Indonésia, Chatib Basri. "O ponto-chave é como podemos atrair esses recursos."

Uma maneira de fazer isso pode ser por meio de parcerias público-privadas, em que o governo e investidores privados compartilham projetos, disse. Os governos poderiam tornar mais fácil o envolvimento do setor privado se criarem princípios padronizados para tais parcerias. Os governos também podem proporcionar maior clareza sobre a natureza dos projetos de infraestrutura em geral, dando mais detalhes sobre prazos, o grau de envolvimento do governo e receitas esperadas, diz o plano de trabalho do G-20.

Outra ideia que as autoridades estão considerando incentivar a securitização de empréstimos de infraestrutura — processo que agrupa esses empréstimos e divide o montante em títulos de investimento —, potencialmente com algum grau de garantia pública. Mas o plano de trabalho salienta que tais produtos devem ser "baseados em um alto nível de qualidade e transparência", dado o legado deixado por esse tipo de instrumento durante a crise financeira global.

O plano de trabalho também enfatizou a importância de encontrar formas para os bancos multilaterais de desenvolvimento aproveitarem melhor seus recursos num contexto em que o financiamento estatal está cada vez mais escasso. Isso poderia incluir a venda de partes de seus investimentos existentes, fazer investimentos diretos de capital em empresas de setores estratégicos e oferecer garantias ou outros instrumentos que ajudem a mitigar os riscos para estimular a participação do setor privado, reza o plano.

O desenvolvimento dos mercados de títulos de dívida em moeda local e de ações também é visto como fundamental pelas autoridades.

Fonte: The Wall Street Journal

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