BRASÍLIA, (Reuters) - O recente recuo do dólar em relação ao real se deve principalmente a fatores externos, mas também atesta que a economia brasileira não atravessa um momento preocupante, avaliou uma graduada fonte da equipe econômica à Reuters nesta segunda-feira (09/09).
A moeda norte-americana, depois de ter alcançado o nível mais alto em cinco anos em agosto, a 2,45 reais em agosto, se afastou do patamar de 2,3 reais e acumula queda em setembro de 4,5 por cento ante o real.
"A queda do dólar mostra que a situação do Brasil não é tão preocupante quanto se falava. O quadro é de recuperação gradual, mas é de crescimento. A inflação de agosto de 0,24 por cento veio abaixo do esperado e está sob controle. E isso mostra que não há deterioração dos fundamentos", disse a fonte.
Mas o elemento central do recuo da divisa norte-americana vem do mercado externo, com os temores reduzidos sobre a possibilidade de o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, cortar o estímulo monetário na reunião de política monetária da semana que vem, avaliou a fonte.
"O principal fator da queda é o Fed (...) Ajuda nesse processo os dados mais animadores sobre a economia da chinesa. A China é uma grande importadora de commodities e isso beneficia o Brasil", disse.
Nesta segunda-feira, o dólar teve um recuo de 1,14 por cento, a 2.2780 reais -- menor nível desde 9 de agosto, depois da divulgação de novos dados positivos sobre a economia da China, grande consumidor das commodities brasileiras.
A fonte acrescentou ainda que a perda de valor do dólar frente à moeda brasileira também indica recuperação da confiança dos agentes na economia brasileira.
Um técnico da equipe econômica, que monitora os movimentos no câmbio, disse que o recuo da divisa é uma correção após a forte valorização em agosto.
"O fator conjuntural está relacionado ao Fed e a dados não muito positivos na economia dos EUA. O fator estrutural é que, no meio de volatilidade alta em agosto, o dólar subiu mais no Brasil que em outros emergentes e agora a queda também está sendo maior aqui", acrescentou.
A fonte comentou ainda que atuação do BC foi determinante nesse ajuste ao dar previsibilidade, liquidez e hedge para quem quer se proteger da forte volatilidade cambial. .
O BC lançou em agosto um plano diário de intervenção no mercado de câmbio, com potencial de 60 bilhões de dólares até o final do ano, para conter a escalada da moeda-norte americana.
Fonte: Reuters Brasil
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