Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

BC: Não é preciso superávit primário de ampla magnitude

Segundo o BC, a situação atual é diferente de quando a solvência do setor público era motivo de preocupação.

O Banco Central (BC) considera que não se faz mais necessária geração de superávit primário, economia para pagamento de juros da dívida, de "ampla magnitude". A avaliação consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira. Segundo o BC, a situação atual é diferente de quando a solvência do setor público era motivo de preocupação. E por isso, era necessário superávit primário maior.

Sobre a posição de analistas de que essa avaliação do BC foi chocante, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, disse que realmente "é chocante, mas o Brasil melhorou nos últimos 10, 15 anos."

Segundo o diretor, na primeira metade da década passada, era necessário melhorar "o balanço do setor público". Ele lembrou que naquela época era gerado superávit primário em torno de 4% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. "Acredito que não existe analista que defenda gerar o superávit de 4% ou 5% do PIB como anteriormente", acrescentou.

"Para o Comitê [de Política Monetária do BC], entretanto, superávits primários em patamares próximos aos que têm sido gerados recentemente são necessários para manter a dívida pública em trajetória sustentável", acrescenta, no relatório. Em 12 meses encerrados em julho, o superávit primário alcançou R$ 88,2 bilhões, o que representa 1,91% de tudo o que o país produz - Produto Interno Bruto (PIB). Houve redução de 0,09 ponto percentual em relação a junho. Hoje, à tarde, o BC divulga o resultado primário de agosto.

O BC reforçou que foram criadas condições para que "o balanço do setor público se desloque para a zona de neutralidade". Ou seja, deve sair da posição expansionista - com aumento de despesas e redução de impostos para estimular a economia - para a neutralidade. De acordo com o diretor, na zona de neutralidade, "não há impacto relevante sobre a demanda agregada".

Ele destacou que não houve mudança na comunicação sobre a política fiscal. Segundo ele, em documentos anteriores, o BC falava do passado ao dizer que a política fiscal estava em posição expansionista e agora está avaliando o futuro, prevendo a neutralidade. Essa expectativa de política fiscal neutra é até setembro de 2015, de acordo com o diretor.

Perguntado se houve questionamentos internos no governo sobre essa avaliação do BC de que a política fiscal é expansionista, Araújo disse que não há como mudar cálculos de indicador. "Não há como fazer o indicador ficar mais otimista ou pessimista. É um resultado de processo construído a partir de um conjunto de informações. Um indicador evolui de acordo com os dados que são fornecidos", destacou.

Fonte: Brasil Econômico

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